- 07 de novembro de 2024
Luiz Valério
Colaborador do Fontebrasil
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Uma fita cassete com gravações suspeitas, envolvendo a ex-tesoureira do Sinter Maria, Rita Marin e os empresários Marcos Tolentino da Silva e Kennedy José Coutinho, ligados à empresa Benneti Prestadora de Serviços, que negociava os precatórios, surge como novo elemento que promete apimentar ainda mais o já polêmico caso dos precatórios do Sindicato dos Profissionais em Educação do Estado de Roraima.
De acordo com o advogado Edson Ribeiro, que defende Rita Marin e o também advogado Wilton Gomes, na fita gravada pela própria Rita em conversas telefônicas mantidas com Marcos Tolentino e Kennedy Coutinho, este último fala em uma ajuda de custos, em valores entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, que estaria sendo dada à família da ex-tesoureira para que não passe dificuldades enquanto ela se encontra na prisão.
Ribeiro, que chegou do Rio de Janeiro na segunda-feira, 10, afirma que há um segundo diálogo no qual Marcos Tolentino diz que o promotor de Justiça José Rocha Neto "manteve contato com o seu grupo". O advogado de Rita Marin diz considerar estranho essa alusão ao promotor e quer esclarecer em qual circunstância teria se dado esse suposto contato.
Ribeiro está providenciando a degravação da fita para torná-la mais audível a fim de esclarecer os diálogos nela contidos. "Eu considerei estranho [esta alusão ao promotor], mas não estou acusando ninguém. Só acho estranho e defendo que tudo seja investigado", salientando que o "caso Sinter está muito nebuloso". E continua: "Até agora só dois advogados foram denunciados. E o procedimento do meu cliente [advogado Wilton Gomes] foi igual ao dos demais advogados do Sinter", disse Ribeiro.
O advogado de Rita Marin disse não entender qual a intenção de manter a sua cliente na prisão. "Essa ajuda de custo é que os empresários Kennedy Coutinho e Marcos Tolentino afirmam que estão dando à família da minha cliente é muito esquisita. Querem mantê-la calada. Eu não sei qual o objetivo de manter Rita Marin na cadeia", comenta.
Conforme ele, a ré está detida apenas por "presunção do juiz". No mandado de prisão o juiz alega que se a ex-tesoureira do Sinter permanecesse em liberdade poderia apagar vestígios dos ilícitos, ameaçar testemunhas e devido às muitas viagens que fazia poderia prejudicar a aplicação da lei penal. Alega que sua cliente apenas vendeu crédito dos professores e repassou o dinheiro para os beneficiários.
Ribeiro diz que na audiência marcada para sexta-feira, 14, entre o juiz que cuida do caso, o promotor Rocha Neto e Carlos Alberto Vieira dos Santos (o Carlão) e Rita Marin, vai pedir a transferência do caso para a Justiça Federal. Ele entende que o caso não é de competência da justiça estadual.
DELEGADA - O advogado disse considerar estranho que o seu pedido para que fosse aberto um procedimento judicial contra a delegada Cândida Alzira Bentes por abuso de autoridade não tenha sido atendido promotor que José Rocha Neto. Ribeiro diz que na devassa que fez na residência de Rita Marin a delegada extrapolou no que determina o mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz.
O promotor José Rocha Nero, procurado pelo Fontebrasil, não quis dar nehuma entrevista.