- 07 de novembro de 2024
Brasília - Os ecologistas ou falsos ambientalistas de plantão têm uma boa (?) razão para gargantear falácias sobre a inesperada e abrupta vazante dos rios do Amazonas, coisa que há muitos anos, desde que surgiu para o estudo da Ciência o já afamado El Niño, que tantos males já causou às populações da África, onde foi descoberto, com uma seca horripilante que mata de sede os pobres africanos, e às populações ribeirinhas da Amazônia. Falar que a seca dos rios amazonenses é fruto do aquecimento global, é querer ensinar o errado, o insano, porque não conhece a realidade geofísica da Amazônia.
Vamos aos fatos: a experiência vivida na Amazônia nos indica que, ao contrário do que ditam os livros escolares - longe eles de nos ensinarem o correto sobre a realidade em que vivem as populações ribeirinhas -, os rios do Amazonas, do Pará, do Acre, de Rondônia, por exemplo, têm suas águas sob a influência do degelo dos Andes. Quando os Andes sofrem em maior grau com as temperaturas altas sobre o pico de suas montanhas, o gelo destas formado pelo acúmulo das frentes frias, se derrete mais e se transforma em água pura, muita água, que vai desaguar nas nascentes de córregos, igarapés, e nos afluentes formadores do grande rio.
No caso do Amazonas, nas cabeceiras dos rios Solimões, Japurá, Içana, Içá, Purus, Juruá, Madeira e outros de menor porte, esse degelo se aprofunda, e daí surgem as grandes cheias na Amazônia. Só os ecologistas e ambientalistas, que vivem aprazmente nos escritórios e apartamentos luxuosos de Ipanema, no Rio, não conhecem esse fenômeno da natureza amazônica. E insistem em suas teorias reacionárias, tentando fundir nas mentes menos esclarecidas a idéia de que essa seca dos rios do Amazonas é fruto do aquecimento global.
Ora, então o El Niño mudou os seus efeitos maléficos, que não consegue mais provocar o degelo dos Andes? Ou os Andes não têm mais montanhas de gelo, que milenarmente foram os formadores dos grandes rios da Amazônia. Por que todos os rios existentes na faixa existente abaixo da Linha do Equador, têm o regime de suas águas exatamente dependente do degelo.
Se por acaso o El Nino desaparecesse, o grande fundo do prato que é a Amazônia seria um mar só, com muita água inundando as margens dos rios. Só que o El Nino não desapareceu, ele aparece de vez em quanto, para continuar o processo formológico da formação do regime das águas dos rios da Amazônia.
O senador Gilberto Mestrinho (PMDB-Am), três vezes governador do Amazonas e um estudioso dos segredos da Amazônia, foi um dos primeiros - se não o primeiro - homem público do País a dissertar sobre esse fenômeno das grandes cheias e das grandes vazantes dos rios amazônicos, fundadas no processo do desgelo dos Andes. E ninguém o contestou até hoje.
Agora, vêm os estudiosos (?) do famigerado Greenpeace anunciar como uma grande falácia que essa seca dos rios do Amazonas tem muito a ver com o aquecimento global. Santa ingenuidade ou maldade, de em que nada sabe sobre a Amazônia e insiste em dizer asneiras, como se verdades fossem. Por isso é preciso que, mais do que nunca, tenhamos a coragem de desmistificar tais idéias, falácias, para que o nosso ribeirinho tenha a exata noção dos efeitos nefastos que sofre com a vazante dos rios.
Já houve na Amazônia grandes enchentes. As de l953 e 1976, as mais recentes no último século. Certamente, o El Nino já existiria em 1953; no entanto, esse fenômeno só foi descoberto pelos cientistas nos anos 70, e a tese do desgelo dos Andes como o grande vilão das grandes enchentes na Amazônia começou então a ser aceita. Menos, é claro, pelos malditos ecologistas de plantão. Lamentavelmente, essa seca trará graves conseqüências para os ribeirinhos. Vai faltar-lhe o peixe, o seu alimento diário. Por que rico seco é sinal de ausência dos cardumes de peixe.
Mas há um dado histórico nessa história toda: depois de uma grande seca, uma grande enchente virá. Essa é a história da Amazônia, que poucos conhecem.