- 07 de novembro de 2024
Ganha uma bala de doce de cupuaçu com leite, quem disser na ponta da língua (rapidamente, sem hesitar), qual partido político a que agora se encontra filiado o prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartieiro.
Como em Boa Vista todos gostam de especular e de fazer marola, especialmente nos assuntos de natureza política (até que se comprove o contrário), há quem garanta que o prefeito se desfiliou do PDT e ingressou no PFL com o aval da presidência nacional.
"- Só se entrou por Brasília", assegurou o deputado federal Chico Rodrigues, presidente do Diretório Regional, que embarcou para a Capital Federal na madrugada de segunda-feira (03), prometendo retornar na quinta-feira (06) com posição oficial.
O problema é que os partidos políticos são entidades jurídicas de direito privado. A Justiça Eleitoral não tem como fiscalizar. Dessa forma, quem entregou documento de desfiliação de agremiação partidária, até o último dia 30, terá como ingressar numa outra até o próximo dia 14.
Desde que o novo partido concorde em colocar data retroativa na ficha de filiação, a expansão do prazo é permitida. O prefeito pode ter ido para o PFL, ou permanecido no PDT. O que se tem mesmo como líquido e certo é o racha existente nas hostes pedetistas, no que se refere ao nome que deva ser lançado à disputa governamental de 2006.
O senador Augusto Botelho acredita que é capaz de vencer, mas o grupo que segue a orientação de Quartieiro entende que o prefeito é o melhor candidato. Botelho tem a maioria da executiva regional, mas não irá dispor de recursos financeiros suficientes para colocar seu nome na rua, caso se sagre indicado.
Em Brasília, os parlamentares federais (senadores e deputados) não fizeram qualquer modificação nas regras do jogo e tudo permanecerá igual. A distribuição de brindes, como camisas, chaveiros, bonés e outras facilidades, continuará a favorecer quem dispõe de recursos fartos, grande parte oriunda dos cofres públicos.
Vivemos numa democracia de fancaria, onde a maioria se elege na boca-de-urna que nada mais é do que a compra pura e simples do voto do eleitor abandonado. Tome-se Boa Vista como exemplo: dois terços da população vivem de bico, fazendo das tripas coração para conseguir o mínimo diário indispensável à sobrevivência.
Não se tem como exigir consciência dos que na época de chuva dormem ameaçados pela enxurrada de lama. Quando era governador do Distrito Federal (1995-99), o hoje senador Cristóvam Buarque (PDT) promoveu campanha publicitária (ora copiada pela prefeitura de Boa Vista), dizendo que "não se deve dar esmola e sim cidadania".
Um professor universitário foi criticado porque, ao ser confrontado por um destituído que lhe solicitava dinheiro à porta de restaurante, entregou-lhe um exemplar da Constituição Federal e avisou:
"- O governador afirma que o senhor deve reivindicar seus direitos e deixar de pedir esmolas". E passou a ler alguns capítulos da Carta Magna para o esfomeado. O resultado é que Cristóvam (depois defensor da permanência de Pedro Malan e caterva), e que viajava às expensas do especulador internacional George Soros, perdeu a reeleição.
Vamos ver o que acontece em Boa Vista, onde a prefeita Teresa Jucá (PPS), segundo denúncia do presidente da Câmara Municipal, Zé Reinaldo (PSDB), retira mais de 12 mil reais por mês de diárias, por conta dos incontáveis dias que passa em Brasília.
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