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DOIS FATORES: PAULO CÉSAR QUARTIEIRO E BOTELHO - Márcio Accioly

As divisões levaram o PDT à possibilidade de se esvaziar completamente. Na última sexta-feira (30), data considerada limite para a filiação partidária, especulava-se a respeito da ida de Quartieiro para o PFL, com sua ficha sendo avalizada a partir de Brasília.


Na bolsa de apostas para a sucessão governamental roraimense do próximo ano, o PDT acredita ser capaz de fortalecer candidatura alternativa que arregimente descontentes e exilados de outras legendas. Mas ele próprio está dividido com relação ao nome a ser apresentado, numa mostra de que conciliar teoria e prática é tarefa que atormenta a todos.

Por conta de tal indecisão, os olhos postos numa disputa que se encontra a um ano de distância, o racha entre as correntes políticas se tornou inevitável. O grupo que segue a orientação do senador Augusto Botelho (aparentemente majoritário) quer que sejam decididos agora os rumos eleitorais de 2006.

Já o grupo que atende às diretrizes do prefeito Paulo César Quartieiro (Pacaraima) entende ser ainda muito cedo para que se bata o martelo em torno de A ou B, pois acontecimentos vindouros irão propiciar inevitáveis desdobramentos. E que quem poderá prever? Só com uma bola de cristal.

Não se tem como aprisionar o tempo e o instante, desaguando-se num passe de mágica em contenda que se antevê tumultuada. Especialmente em função do processo de remoção dos não indígenas da área Raposa/Serra do Sol. Quando se alcançar aquele período, o estado estará vivendo acirrado clima de perigoso conflito.

As divisões levaram o PDT à possibilidade de se esvaziar completamente. Na última sexta-feira (30), data considerada limite para a filiação partidária, especulava-se a respeito da ida de Quartieiro para o PFL, com sua ficha sendo avalizada a partir de Brasília pelo presidente nacional do partido, senador Jorge Bornhausen (SC).

Não se sabe o que aconteceu, ainda. Porque as leis, todos sabem, nem sempre é cumprida ao pé da letra como deveria. E existem as brechas onde tudo cabe e se aloja. A Justiça Eleitoral não tem como fiscalizar. Quem se desfiliou de algum partido até o último dia 30 terá, na realidade, até o próximo dia 14 para ingressar em outro.

Somente a partir da segunda semana de outubro, data em que todas as legendas estão obrigadas a enviar para os juízes eleitorais a relação dos nomes de todos os seus filiados (a respeito disso, o repórter Ivo Gallindo assinou excelente matéria na Folha de Boa Vista) é que teremos quadro definitivo.

Mas haja o que houver no PDT, que pretende insistir na tese da terceira via, a candidatura Augusto Botelho não parece exibir solução desejada pela agremiação. Em que pese ser visto por grande parcela da população como pessoa afável no trato pessoal, na função de líder político sua excelência deixa muito a desejar.

Sinuoso e cheio de receios, sequer declarou apoio a qualquer um dos candidatos a prefeitura de Boa Vista nas últimas eleições, bem como nos demais municípios do estado. Deixou tudo correr à revelia, como se pudesse colher vantagens ou louros na omissão. Na postura, consolidou a imagem de fraco, diante da exigência de decisões. Com terceira via desse naipe, não há como se sentir motivado.

EMBROMAÇÃO

Começou no último sábado, dia primeiro, a campanha para o referendo em que se pretende proibir a venda de armas no país (ou não). É uma campanha sórdida (a que diz sim ao desarmamento), na qual o cidadão, caso opte pela proibição, irá se tornar a única vítima.

Nos EUA, o direito de possuir armas vem desde a sua fundação e nem por isso o país freqüenta a lista de primeiro do mundo em homicídios. Quem tiver juízo, votará não.

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