PF diz que 65 agentes tentarão recuperar ponte

A Superintendência da Polícia Federal em Roraima afirma que 65 policiais deverão ajudar na recuperação da ponte que dá acesso à parte norte da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. A ponte foi parcialmente queimada nesta madrugada e isolou mais de três mil pessoas que participam da festa em comemoração à homologação da Raposa Serra do Sol, que ocorreu em abril.

"Sessenta e cinco policiais federias dos mais diversos estados estão se dirigindo em bloco para lá, para tentar recuperar a ponte, buscando apoio junto ao Exército. A queima parcial impede que muitos visitantes ingressem ou retornem na reserva. Só passam carros pequenos, que não são comuns na área", afirmou o superintendente da Polícia Federal em Roraima, Ivan Herrero. Até que a ponte seja reconstruída, apenas as autoridades presentes ao evento poderão deixar o local, utilizando avião.

Segundo Herrero, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal desativaram em maio a barreira de fiscalização que mantinham na área próxima à ponte, logo após o desfecho pacífico do seqüestro de quatro policiais federais. Entre 22 e 30 de abril, eles foram mantidos reféns por moradores da aldeia Flechal. O seqüestro foi liderado pela Sociedade de Defesa dos Indígenas Unidos do Norte de Roraima (Sodiur), como uma forma de protesto contra a homologação da terra indígena - a argumentação principal desses indígenas, um grupo minoritário, era a de que eles ficariam isolados da sociedade não-indígena.

Herrero afirmou que a base de fiscalização não será reativada. "Nossos homens ficarão lá até o dia 30 ou podem voltar antes. A função constitucional da Polícia Federal é dar segurança às autoridades constituídas do Estado brasileiro. Nós não estamos lá para participar da festa, mas para evitar que conflitos maiores ocorram".

As comemorações organizadas pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR) se estenderão até o dia 30 de setembro. Hoje o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, e o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Holf Hackbart, participam das festividades.