- 12 de novembro de 2024
Se os homens de bem não assumirem de imediato a condução dos negócios públicos no Brasil, não restará futuro para os seus filhos. Nem pedra sobre pedra para as gerações que virão. Estamos caminhando para desfecho preocupante. Os ratos e bandidos continuam de cabeça erguida e ditando as normas. Falam como se detivessem algum capital moral.
Na última terça-feira (20), estudo divulgado pelo Banco Mundial colocou o Brasil atrás da Suazilândia, República Centro-Africana, Botswana e Namíbia, em termos de desigualdade social. Nesse ritmo, encontraremos desordens e manifestações de proporções inimagináveis mais à frente. E os criminosos dirigentes serão também vitimados. Quem viver, verá.
Os maus políticos agem como se não devessem prestar contas de atitudes indignas. Elaboram leis no Congresso Nacional que apenas os livram e a seus comparsas de penas prisionais. É preciso que a sociedade acorde e assuma as rédeas enquanto ainda há tempo.
Quando encurralados, os salafrários detentores de mandatos eletivos renunciam e se candidatam a novos postos, escapando de punição. Por quanto tempo irá durar a repetição de tal quadro, em que os assaltantes dos cofres públicos pulam pela janela ou pela cozinha e retornam pela porta da frente?
É só lembrar de fatos mais recentes, como a renúncia do senador ACM (PFL-BA) e a do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que retornaram ao Congresso Nacional em campanhas milionárias, apesar de responderem a crimes vergonhosos.
Tem ainda o ex-senador José Roberto Arruda (PMDB-DF) e, no último mês, o deputado federal Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL que seguiu pelo mesmo caminho. Somente com a conscientização da população é que será possível reverter o cenário. Porque se deixarem eles calam a imprensa e impõem regime de opressão e pavor.
Na quarta-feira (21), fui citado pela Justiça do estado de Roraima para pagar indenização ao senador Romero Jucá Filho (PMDB), por "reparação de danos morais". Em decisão tomada há alguns anos, a Justiça determinou que ofendi a honra de sua excelência e agora estou sendo instado a pagar 17 mil, 631 reais e 88 centavos àquele representante parlamentar.
Como não possuo bens imóveis nem renda suficiente para tanto, sua excelência ficará aguardando que um dia eu acerte a megasena (se me dispuser a arriscar na loteria), para reparar o grave "dano moral" que cometi ao escrever a respeito de suas estripulias nas lambanças com o dinheiro público. Tudo isso num processo que correu à revelia, pois sequer tomei conhecimento de citações ou prazos.
Minha citação ocorreu no dia seguinte a uma denúncia, formulada pelo presidente da Câmara, vereador José Reinaldo (sem partido), que mostrou a prefeita de Boa Vista Teresa Jucá (PPS) recebendo diárias de 600 reais por permanência interminável na Capital Federal. Por conta disso, o vereador foi praticamente enxotado do PMDB.
Esse tipo de comportamento, através do puro arbítrio, inviabiliza o próprio sistema democrático. E nos leva todos ao rumo da barbárie, gerando perigoso clima de desconfiança. Quando se perde a esperança, floresce o medo e a descrença, fazendo com que a população tente resolver seus conflitos na base da violência.
É preciso que se restaure a confiança e o bom senso, para que a sociedade prospere. Esse é um trabalho de enorme responsabilidade que exige dedicação e respeito mútuo.
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