- 12 de novembro de 2024
Luiz Valério
Colaborador do Fontebrasil
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O clima de campanha eleitoral está cada vez mais acirrado em Roraima, mesmo faltando mais de um ano para as eleições 2006. Os dois pré-candidatos declarados, Ottomar Pinto (PSDB), que vai buscar a reeleição, e o senador Romero Jucá (PMDB), usam de todos os meios para desestabilizar e arranhar a imagem um do outro quer seja pessoalmente ou através dos seus seguidores fiéis. Jucá tem usado os meios de comunicação controlados pelo seu grupo para lançar críticas ferrenhas contra a administração estadual. Já Ottomar Pinto reúne freqüentemente seu grupo de assessores para pedir empenho na defesa do seu nome.
Hoje, mais uma vez, o deputado estadual Édio Lopes (PMDB), que faz parte do time de Jucá, usou a tribuna da Assembléia Legislativa para desferir golpes certeiros na administração estadual. De posse de material que para ele deixa claro o uso da máquina administrativa para autopromoção pelo governador Ottomar Pinto, Édio disse que tão logo terminasse a sessão iria ao Munistério Público Estadual protocolar uma ação por improbidade administrativa contra o governador de Roraima.
O parlamentar acusou Ottomar de estar forçando estudantes da rede estadual de ensino a usar no uniforme a logomarca que identifica o seu governo, caracterizada por três estrelas. Citou ainda o caso de uma mãe de aluno, residente no município de Caracaraí, que está sendo processada pelo governo por dano ao patrimônio público, devido ao seu filho ter tirado as estrelas estampadas em seu tênis.
Para embasar a sua acusação, Édio Lopes levou ao plenário da Casa materiais de divulgação de administrações anteriores do brigadeiro tanto no Governo do Estado quanto na prefeitura de Boa Vista e da campanha eleitoral de 2002, nos quais são usadas as mesmas estrelas como marca pessoal de Ottomar.
"Essa é a logomarca do homem, a logomarca do personagem", afirmou Édio, mostrando fotos de outdoors da campanha de Ottomar Pinto à Prefeitura de Boa Vista, em 1996, quando o brigadeiro já usava as estrelas como marca pessoal. O parlamentar retrocedeu ao período de 1991/1994, quando o governador também as estrelas no material de divulgação.
"Os estudantes não podem estar sendo usados como outdoors ambulantes para divulgar a marca pessoal do governador", disse Édio Lopes, salientando que reuniu imagens da última campanha eleitoral para o governo do Estado, em fitas VHS, quando novamente as estrelas voltaram a ser usadas pelo brigadeiro. "Vou protocolar uma ação por improbidade administrativa contra o governador", avisou.
Por estratégia ou por falta de argumentos para rebater as acusações feitas por Édio Lopes, a líder do governo na Assembléia Legislativa, deputada Marília Pinto (PSDB) fez anotações sobre as afirmações do deputado peemedebista, mas se manteve calada o tempo inteiro. Marília está evitando rebater as críticas feitas ao seu pai por Édio, que rotineiramente tem usado o grande expediente das sessões para criticar a forma de administrar de Ottomar Pinto.
Da parte do governador, a contra-ofensiva vem geralmente da sua própria boca. No dia Sete de Setembro, por exemplo, ao ser questionado pelo Fontebrasil se ainda haveria chances de uma composição com Jucá para as próximas eleições estaduais, Ottomar chegou a afirmar que não se juntaria "com um sujeito versado em corrupção".