- 12 de novembro de 2024
Num país onde não se percebe falta grave em mais nada, ou em quase nada, no qual o presidente da República não passa de alcoólatra despreparado (a liderar quadrilha de assaltantes dos cofres nacionais), eis que a série de desmandos e fatos escabrosos continua a se desdobrar.
No último sábado (17), a Missão Surumu, localizada na área indígena Raposa/Serra do Sol, foi invadida por cerca de 150 homens encapuzados que depredaram suas instalações e a queimaram totalmente.
De imediato, o coordenador do CIR (Conselho Indígena de Roraima), Marinaldo Justino Trajano, sem nenhum elemento que embasasse suas suspeitas, atribuiu o ato criminoso ao prefeito do município de Pacaraima, Paulo César Quartiero (PDT), bem como ao vice-prefeito, Anísio Pedrosa Filho.
A área Raposa/Serra do Sol, como se tem conhecimento, engloba área indígena recentemente homologada pelo desgoverno federal, destinando cerca de um milhão, 678 mil e 800 hectares a índios das etnias Wapixana, Macuxi e Taurepang. Região cobiçada por grupos estrangeiros e na qual se concentram ricas jazidas de minérios raros.
Antes de se fazer qualquer levantamento ou investigação, em desejada apuração isenta da ocorrência, o coordenador monitorado pelo CIR veio a público e proferiu seu veredicto, nominando culpados e responsáveis a bel-prazer, sem que os membros da Igreja manifestassem repúdio à precipitação.
Mas o mais grave de tudo é tomar conhecimento de que, nas comemorações alusivas ao ato de homologação demarcatória, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos deverá estar presente. Sua excelência irá se deslocar de Brasília para pernoitar, inclusive, em aldeias da região. O mesmo ministro que está sendo acusado de crime de evasão de divisas pelo doleiro condenado Toninho da Barcelona.
Com relação à homologação da Raposa/Serra do Sol, é bom que se recorde a existência de Medida Cautelar Preparatória em curso no STF - Supremo Tribunal Federal -, o que coloca a questão sub judice, exigindo postura de natureza mais condizente por parte do ministro da Justiça. A Medida Cautelar é de autoria do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB), que tem se posicionado de forma exemplar na condução desse assunto.
Na efervescência ainda do ato criminoso, chegaram a capital roraimense alguns profissionais de emissora de TV de Portugal, prontos para levar ao mundo dito civilizado (que vive da extorsão de nossas riquezas, através da desalmada taxa de juros e do trabalho escravo do povo brasileiro), as imagens de destruição que coincidentemente encontraram.
Imagens que serão transmitidas com história toda pronta e elaborada, contada pelo coordenador do CIR que já encontrou e julgou os culpados.
Enquanto isso, a Rede Globo de Televisão vai fazendo a sua parte, trabalhando para que se aprove o desarmamento da população nacional e se facilite, dessa forma, a ocupação do solo pátrio pelos que pretendem continuar livremente a nos saquear.
A situação caminha em velocidade espantosa para desfecho impensável. Acirra-se o clima de desconfiança, entre a sociedade e seus representantes, cresce o desrespeito e a falta de credibilidade (num governo desmoralizado) e o Judiciário se vê impotente diante de atos intermináveis de irresponsabilidade. O último ingrediente seria a presença do ministro da Justiça, comemorando homologação que destrói Roraima e compromete o futuro do Brasil.
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