- 12 de novembro de 2024
Lúcio Lambranho e Marcelo Rocha Da equipe do Correio A novela mensalinho tem hoje o capítulo decisivo. O empresário Sebastião Augusto Buani, concessionário do restaurante Fiorella, promete apresentar o cheque de R$ 7,5 mil que comprovaria o pagamento de propina ao presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). Buani, que revelaria ontem o documento, fez suspense a tarde inteira e driblou a imprensa, seu advogado, a Polícia Federal e a própria mulher, Diana Buani. As cenas dos próximos capítulos só foram anunciadas às 19h50, na 215 Sul, onde mora o empresário: "Buani está absolutamente tranqüilo. Ele está com o cheque. A verdade dele está confirmada", garantiu o advogado Sebastião Coelho. Sem revelar quem endossou o cheque, Sebastião Coelho comunicou que seu cliente só falaria em coletiva à imprensa hoje, às 11h, provavelmente na sede da Associação Comercial do Distrito Federal. |
Restaurante reaberto
A direção administrativa da Câmara dos Deputados lacrou no início da manhã de ontem o restaurante Fiorella, do empresário Sebastião Buani, localizado no 10º andar do Anexo IV da Casa. O local foi fechado apesar de o contrato de concessão terminar apenas na quinta-feira às 18h. A alegação era de que os advogados de Buani tinham perdido a data-limite para entrar com o recurso administrativo para prorrogar o prazo de funcionamento do restaurante. O advogado do empresário, Sebastião Coelho, foi à Diretoria Geral e mostrou cópia do recurso protocolado no dia anterior. Logo depois, o diretor do Departamento de Material e Patrimônio, Mauro Limeira Mena Barreto, determinou a reabertura do Fiorella. Ele alegou que "tal fato ocorreu devido a uma falha de comunicação entre esta coordenação e a assessoria técnica da Diretoria Geral". "Minha vida aqui era até amanhã, mas eles queriam me matar hoje", declarou Buani. |
Doze horas de nervosismo
9h A direção administrativa da Câmara dos Deputados fecha o restaurante Fiorella, do empresário Sebastião Buani, localizado no 10º andar do Anexo IV da Casa. Buani começa a receber os clientes e os primeiros jornalistas para dar entrevistas. 11h50 A direção administrativa da Câmara volta atrás e reabre o restaurante. 12h30 Buani diz aos repórteres e aos advogados que vai descer no estacionamento para tirar o carro de um local proibido. 15h35 O gerente da agência do Bradesco, localizada na 511 Sul, Astrogildo Nascimento declara aos repórteres de plantão: "Tudo que o cliente pediu já foi entregue", referindo-se às cópias dos cheques que comprovariam o pagamento do mensalinho. 16h40 O empresário chega com sua mulher Diana Buani no escritório do advogado André Pupin, localizado no escritório do Hotel Meliá, no Setor Hoteleiro Sul. No local também estava o seu outro advogado Sebastião Coelho. Eles tratavam do mandado de segurança que seria impretrado na Justiça hoje para garantir o funcionamento do restaurante. 16h50 Buani se despede de todos na garagem do prédio e diz que vai encontrar a esposa e Sebastião Coelho às 18h no seu apartamento na 215 Sul. 17h Buani não responde mais aos telefonemas nem mesmo da sua mulher e se isola. 17h14 O advogado Sebastião Coelho deixa a agência do Bradesco depois de receber a mesma resposta do gerente: "Tudo que o cliente pediu já foi entregue". 17h20 Buani fala com sua esposa pelo celular. Diz que está com os cheques, mas não informa seu conteúdo. "Ele disse que parou para refletir sobre sua decisão. A pressão é grande", declarou Diana Buani. 18h Sebastião Coelho diz que está preocupado com a integridade física de seu cliente e liga para a Polícia Federal. Pede ajuda para localizar Buani ao delegado que cuida do caso, Sérgio Menezes. 19h20 Diana Buani diz que o marido mandou um recado e que está seguro na casa de um amigo. 19h50 Sebastião Coelho declara que Buani vai dar uma coletiva às 11h de hoje. "Ele está com o cheque e está tranqüilo. A verdade dele está confirmada", disse. |