- 12 de novembro de 2024
BRASÍLIA - O aumento de 8,5 pontos percentuais no nível de rejeição dá uma idéia do abalo que a crise política provocou na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pesquisa CNT/Sensus deste mês mostra que Lula quase atingiu o nível crítico de 40% de aversão do eleitorado, subindo de 30,8% em julho para 39,3% nesta medição.
Tecnicamente, quando se atinge 40%, se " está fora do jogo político " , explicou o diretor do Sensus, Ricardo Guedes. Segundo ele, o prefeito paulistano José Serra (PSDB) perdeu o Palácio do Planalto em 2002 porque tinha 42%, enquanto a rejeição a Lula ficou em torno de 33% no segundo turno daquela eleição.
No caso de Serra, o índice caiu de 42,4% no levantamento anterior para 38,7% nesta apuração. Mas ele perdeu pontos entre os entrevistados que disseram que lhe dariam seu voto: saiu de 40,4% para 39,8%.
Outro potencial candidato do PSDB, o governador paulista Geraldo Alckmin também teve a rejeição elevada, de 39,3% para 40,7%. Para Guedes, isso mostra que o eleitor ainda está "atônito" e ainda não "ungiu" ninguém, ou seja, não definiu um candidato-substituto a Lula.
A pesquisa mostra ainda que 52,7% acreditam que Lula não deveria buscar a reeleição em 2006. Esse índice é a soma de 42,1% que acham que Lula não deve disputar a reeleição nem indicar candidato do PT. Com outros 10,6% que defendem sua desistência, mas indicando um candidato do PT. Para 40,3% dos entrevistados, Lula deveria se candidatar à reeleição e 7% não responderam.
Outra queda significativa para Lula foi de 31,2% para 25,8% no eleitorado que considera que ele é seu único candidato. Na avaliação de Guedes, esse índice indica que " apenas parte do eleitorado cativo do PT " ainda está com Lula.