- 12 de novembro de 2024
Brasília - O senador Gilberto Mestrinho disse hoje que o enfoque da discussão sobre a devastação da floresta amazônica não é real, apesar dos ambientalistas "de plantão" insistirem de que se está acabando com a floresta, porque as derrubadas na mata na região foram estimuladas pelo governo da revolução, "não para explorar a madeira" mas para fazer grandes pastagens para a pecuária de corte. Segundo Mestrinho, esse estímulo se destinou a criar no Sul do Pará, em Rondônia e no Acre, grandes áreas para a criação de boi, o que, na sua opinião, permitiu a derrabada de grandes áreas de florestas, sem que esse processo trouxesse benefícios econômicos e sociais para as populações da Amazônia.
O senador Gilberto Mestrinho aproveitou a audiência pública no Senado Federal para a discussão do projeto de gestão das florestas públicas, do governo federal, para "restabelecer a verdade" sobre "a tão decantada devastação da floresta amazônica". Segundo ele, tão logo eclodiu a revolução de 64, a Europa se ressentia da falta de carne de boi para consumo nos mercados europeus, e pressionou o governo da revolução para a execução de um grande projeto agropecuário na região, "e com isso, se consumou a devastação de grandes áreas no Sul do Pará, em Rondônia e no Acre".
No caso do Sul do Pará, contou Mestrinho, o estímulo ao projeto pecuário veio "até do Banco Mundial, o que permitiu que grandes grupos empresariais adquirissem grandes áreas para fazer pastagem e criar boi. Essa é a realidade sobre a devastação da floresta amazônica. Em Rondônia, o processo foi o mesmo, só que o governo federal pretendia criar na região um grande pólo produtor de café." Para fazer isso, o governo também estimulou a ida de milhares de famílias do Paraná, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, para Rondônia. E foi preciso novamente devastar grandes áreas de florestas".
No Acre, segundo Mestrinho, o processo de devastação da floresta foi até certo ponto hilário, em sua opinião. Os grandes seringais foram transformados em grandes áreas de pastos, porque havia um estímulo extra, segundo Mestrinho. "Um seringal que 1 milhão de cruzeiros, à época, o Banco do Brasil pagava três milhões. Era o estímulo que faltava para que os donos de seringais ficassem ricos; ricos da noite para o dia".
Por isso, Mestrinho acha que se está tratando a questão do desmatamento na Amazônia com um enfoque errado, sem a preocupação de uma análise do que realmente aconteceu com esse processo. "Se desmatou, fizeram-se pastos e nada de positivo ficou para contribuir com o desenvolvimento econômico e social da Amazônia", criticou Mestrinho. Ele lamentou a ausência do Ibama na audiência pública, apesar de o presidente do órgão, Marcus Barros, tivesse sido convidado. "O Ibama só atrapalha na Amazônia", constou o senador Gilberto Mestrinho.