- 12 de novembro de 2024
Nos próximos dois meses, quando irá completar um ano de mandato (10 de novembro), o governador Ottomar Pinto pretende apresentar resultados iniciais de sua gestão, especialmente na área de Saúde, onde o estado de Roraima sofre conseqüências pavorosas do descaso dos últimos anos. A reversão do cenário escabroso requer tempo e paciência em largas doses.
Nesta sexta-feira (16), a Maternidade Nossa Senhora de Nazaré será entregue à população (reformada e ampliada), no cumprimento da primeira etapa de programa traçado a partir da assunção do novo governo. Todos se lembram que, em novembro último (mês de afastamento do então governador Flamarion Portela), os corredores daquele hospital se encontravam cheio de entulho e restos de obra, embora nada ali estivesse sendo feito no que se reporte a melhorias.
Mas, apesar da ampliação processada, Boa Vista se ressente de quase tudo no setor hospitalar, especialmente devido ao fato de ser a única capital brasileira em que não existe um pronto-socorro municipal, sobrecarregando em todos os sentidos as atribuições do Estado. Além do mais, a falta de postos de saúde de responsabilidade do município, para atendimento da população periférica, gera transtornos intransponíveis e ameaça com a eclosão de epidemias.
Antes do final do mês, está prevista também a conclusão de obras que vêm sendo realizadas no HGR (Hospital Geral de Roraima), permitindo à população maior brevidade no tempo de busca de tratamento ambulatorial e emergencial. Sem contar com a ativação do novo Hospital de Rorainópolis, num município que exige atenção especial por ser o que mais cresce em termos demográficos.
Somando-se a tais providências, existe ainda a necessidade de se prover toda a rede hospitalar com os medicamentos necessários, visto que a maior parte dos que dela se utiliza não dispõe de recursos sequer para adquirir remédios.
Fica quase impossível, num quadro de crise nacional, com visível redução na capacidade de investimentos e a impossibilidade de se aumentar o número de empregos (por conta de gestão econômica entreguista), contentar os que se vêem colocados à margem dos benefícios. Mas o governo estadual tem aprendido a costurar com suas próprias linhas.
No plano de recuperação de vicinais e estradas, a administração estadual aguarda apenas um abrandamento no período de chuvas, a fim de cumprir promessa efetuada no sentido de colocar em condições de trafegabilidade, inicialmente, dois mil e 500 quilômetros, pelo menos até dezembro. Os recursos financeiros para tanto já existem, disponibilizados na Secretaria de Infra-Estrutura.
E o que dizem os setores oposicionistas com relação a essas ações? Reclamam. Afirmam que o Estado dispõe de um saldo de 100 milhões de reais em caixa e que deveria colocar esse valor no setor produtivo. Por que não dizem de quanto o Estado dispunha, no instante da posse de Ottomar? Porque não detalham o descalabro existente na gestão que defendiam? Atiram no escuro, mas serão privados da visão no descortino da luz.
No ano de 2006, existe a previsão de que a produção de grãos do estado de Roraima irá dobrar. Deverá atingir à casa de 80 mil toneladas. E para eliminar alguns dos obstáculos postados na vida do homem do campo, o governo está adquirindo 100 tratores através de pregão, num investimento na ordem de nove milhões de reais.
Resta a questão da titulação de terras. Se o estado parece engessado, dando a idéia de paralisia em determinados aspectos de sua produção agrícola, o principal gerador de problemas é o governo federal. Ou o que ainda sobra dele, já que Dom Luiz Inácio (PT-SP) tornou-se um presidente virtual que só se materializa em solenidades fechadas com o apoio de claques e transmissões televisivas.
Assuntos como esse, na maioria dos casos, devem ser resolvidos na base da negociação política. O problema é que o PT é um partido refém de grupos criminosos (envolvidos em assaltos e mortes), cujo campo de atuação limitou-se à esfera policial. E a única alternativa é acionar o Poder Judiciário, em busca de respostas justas e equilibradas na mediação. Cobrar medidas que extrapolem tais procedimentos é querer apenas confundir e criar impedimentos politiqueiros.
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