- 12 de novembro de 2024
Até o final deste mês de setembro estará definida a arrumação geral, na acomodação de nomes e siglas com relação às eleições do próximo ano. O PSDB, que contará com a filiação do governador Ottomar de Sousa Pinto, hoje no PTB, irá somar ainda em suas fileiras alguns parlamentares estaduais e federais em busca da reeleição. Vai ser a legenda de maior peso no processo eleitoral.
O partido sonha com a possibilidade de eleger o próximo presidente da República, embora estejamos ainda muito distantes para qualquer previsão.
O PMDB, dividido em várias alas e segmentos, deverá ficar sob o comando político da ex-senadora Marluce Pinto, dependendo diretamente de acontecimentos na Capital Federal. Como se sabe, o senador Romero Jucá Filho já anunciou que deseja disputar o governo roraimense em 2006, mas terá que ultrapassar barreira processual (Comissão de Ética do Senado), interposta na caminhada.
O PFL, sob a presidência do deputado federal Chico Rodrigues, lançou campanha vigorosa com o objetivo de agregar maior número de filiados possíveis. No próximo dia 16 (sexta-feira), o Diretório Regional da legenda estará no município de Caracaraí, onde com pompa e circunstância a prefeita Vaninha dará boas vindas ao ex-prefeito de Boa Vista (1974-78) Júlio Martins, endossando sua ficha.
No dia seguinte (sábado), pastores e fiéis evangélicos irão ingressar no Partido da Frente Liberal, em festa programada para a sua sede em Boa Vista. Ali, com a participação do ex-deputado estadual Jalser Renier, serão incorporadas várias lideranças de bairro e pessoas que exercem influência em comunidades e setores sociais.
O PFL, de acordo com Chico Rodrigues, "tem condições de eleger cerca de quatro deputados estaduais e de dois a três deputados federais". Ele assegura que o partido irá se aliar ao governador Ottomar, cerrando fileiras em torno da conquista do maior número possível de filiados.
O parlamentar está apostando no bom desempenho da administração estadual, como forma de consolidar junto à população um sentimento de credibilidade no que se refere à melhor condução dos negócios públicos. Mas faltam ainda quase 13 meses até a decisão eleitoral de 2006, período em que muita coisa sequer cogitada deverá acontecer.
É preciso observar que, no próximo ano, o estado de Roraima irá reacender a problemática com relação às suas terras, no término do prazo para a retirada de todos os que se encontram na área indígena recentemente homologada (Raposa/Serra do Sol).
Os produtores de arroz serão importantes peças no tabuleiro da sucessão, devido não apenas ao forte poder de arregimentação (gerando riqueza e desenvolvimento), como pelo poder político em si, ocupando espaços consideráveis.
Uma candidatura governamental imbatível teria de reunir o apoio do chamado "centrão" (onde se concentram forças expressivas de lideranças locais), alcançando na ponta da linha o ramo dos produtores de arroz. Numa composição de natureza político-eleitoral, o cargo de vice-governador terá enorme poder de negociação, firmando compromissos capazes de assegurar prévio sucesso.
Mas, no bojo de tudo, o que irá contar positivamente será o desempenho administrativo nos meses vindouros. De nada adiantará pensar em eleição o tempo todo, se nunca se materializam as soluções prometidas. Um ano pode ser verdadeira eternidade.
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