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ÀS VEZES O JUSTO PAGA PELO PECADOR - Márcio Accioly

Sua excelência passou meses nas páginas dos mais importantes jornais do país (menos os de Boa Vista, sobre os quais ainda exerce algum controle), acusado de ter retirado dinheiro do BASA, oferecendo como garantia sete fazendas inexistentes no estado do Amazonas.


O senador Romero Jucá Filho (PMDB-RR) está avisando que não irá baixar o nível da campanha eleitoral, embora ninguém saiba dizer ao certo a qual campanha sua excelência se refere. Se for a do próximo ano (2006), ainda existem muitos obstáculos pela frente, inclusive uma concreta ameaça de cassação no Senado, por conta de estripulias velhas e recentes a que tem se dedicado.

            O mais risível da falação deitada por Filho (na última quinta-feira, 08), foi dizer que iria (irá?) processar o governador Ottomar de Sousa Pinto (PTB). Tudo isso, devido ao fato de o chefe do executivo roraimense ter dito que o senador é "versado em atos de corrupção". Qual a sua reação? Argumentar que "o governador está doente e não dá para levar em conta tudo o que diz".

            É lamentável que o Senado brasileiro ainda não tenha julgado pedidos de cassação existentes no seu Conselho de Ética, solicitando julgamento de atos criminosos praticados por Filho. Espera-se que aquela Casa desperte da letargia e dê provimento a medidas que a fortaleçam como instituição. Filho é falsário (está mais do que provado) e profundamente desonesto.

            Sua passagem pelo Ministério da Previdência foi meteórica. Durante o tempo em que lá esteve, agiu como clandestino (da mesma forma que agora age o chefe da quadrilha maior, Dom Luiz Inácio, PT-SP, integrante de legenda que sofre acusações de envolvimento em roubos e assassinatos). Por que será que Filho foi posto para fora da Previdência, ele que se proclama paladino da lisura e do bem-fazer?

            Sua excelência passou dias e meses, frequentando as páginas dos mais importantes jornais do país (menos os de Boa Vista, sobre os quais ainda exerce algum controle), acusado de ter retirado dinheiro (empréstimo) do BASA (Banco da Amazônia), oferecendo como garantia sete fazendas inexistentes no estado do Amazonas.

            O que disse o governador Ottomar foi aquilo que diria qualquer cidadão que preze o estado e o futuro das gerações por vir: como colocar à frente do executivo, no posto de mais alto mandatário, um cidadão indigno?

            No momento em que o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE) caminha para o cadafalso da cassação, não há como o Senado se omitir de providência semelhante, afastando do seu  convívio aquelas figuras marcadas por atos de carregada patifaria. Severino vai ser cassado porque ficou comprovado que recebia cerca de dez mil reais mensais do restaurante da Câmara, como propina por ter aparentemente favorecido seu proprietário em licitação.

            E Filho? Que destino terá sua excelência, agora que se tem mais do que atestado seu comportamento de falsário e biltre? O Senado não deve se transformar num covil, num valhacouto de pessoas moralmente desqualificadas.

            Afinal, existem por lá homens do quilate de um Jefferson Peres (PDT-AM), Pedro Simon (PMDB-RS) e outros que agem dentro da legalidade, bem como mulheres do porte da senadora Heloísa Helena (PSol-AL), cuja participação na CPI dos Correios tem sido fundamental para o deslindar de temas ali discutidos.

            Sempre com o intuito de misturar alhos com bugalhos, o senador Filho avisou que a cada vez que for classificado como desonesto (e serão muitas as vezes), responderá "com propostas de governo, fundamentadas em ações concretas, em defesa da população de Roraima". Que bom, que maravilhoso! Como ele é sempre acusado, agora sabemos que Roraima irá se desenvolver!

            Já que ele terá de realizar de imediato uma dessas ações (para responder ao governador), talvez fosse edificante iniciar com a construção de um pronto-socorro municipal, pois a Capital se encontra em petição de miséria, sob o comando de sua esposa, prefeita Teresa Jucá (PPS).

            Em vez de enveredar pelo trato do setor produtivo, como anunciou, melhor seria se a prefeitura instalasse postos de saúde nos bairros da periferia, atendendo milhares de crianças que se encontram à míngua, desamparadas. A Saúde Pública em Boa Vista é caso de polícia.

            O senador Romero Filho precisa saber que faltam mais de três anos para o término do mandato de Teresa Jucá na prefeitura. Urge que se faça alguma coisa pela saúde da população da Capital. Seguir por outro caminho é dar seqüência a ações de falsário, desmascarado e pilhado.

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