- 12 de novembro de 2024
Enquanto a população de Roraima debate a questão da difícil sobrevivência diária (dentro de quadro complexo, no qual todos deveriam se unir para encontrar saída comum), eis que suas principais lideranças se mostram mais preocupadas em discutir as eleições do próximo ano. Não importam a falta de um pronto-socorro municipal, a epidemia de dengue, ruas esburacadas e o completo abandono da população da periferia. Buscam-se cargos!
O PDT, sob o comando do senador Augusto Botelho, já se posiciona como possível terceira via na corrida pelo governo estadual e parte em busca de apoios. O mesmo Augusto Botelho que, no último pleito municipal, ficou de forma cômoda em cima do muro, sem se decidir na corrida pela prefeitura de Boa Vista. Como é que um líder político se esquiva e foge à responsabilidade, num duelo importantíssimo como o ocorrido em 2004?
Sua excelência afirma que "o PDT tem o direito e o dever de cogitar governar Roraima". Está certíssimo. Parabéns! Mas a população também tem o direito de saber o que pensa o senador a respeito de quem se candidata às demais funções (já que não há como ele assumir todos os mandatos), pois uma liderança majoritária não deve se omitir nos momentos mais cruciais da vida política. Afinal, em quem votou o senador para prefeito?
Ainda não se sabe como irá ficar o cenário político nacional, depois do vendaval de denúncias atingindo políticos das mais variadas siglas, ramificando-se pelos estados em ações espúrias praticadas nas diversas esferas do poder. Poucos se salvam.
Em Roraima, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) tem abraçado posições firmes e corajosas, lutando contra a homologação das terras indígenas, posicionando-se de forma contundente contra o governo federal e trazendo a defesa dos interesses de seu estado sempre para o primeiro plano.
Ele tem procurado mobilizar parlamentares da bancada federal roraimense, para que formem um só bloco na votação de Decreto Legislativo de sua autoria, o qual prevê, simplesmente, a anulação do decreto presidencial que homologou a reserva indígena Raposa/Serra do Sol.
Nas palavras de Mozarildo, "Não há unidade de atuação da bancada de Roraima, quando o ideal seria que tivéssemos uma posição coesa para combater a indisposição do governo Lula em resolver esse problema amigavelmente".
Muito bom que os representantes roraimenses se posicionem, diante de tão séria ameaça. Como se manifesta o senador Augusto Botelho, acerca do momentoso tema, preocupado que se encontra em trazer à baila a questão eleitoral de 2006? Não é hora de se discutir eleição, mas de cumprir o prometido em campanhas passadas.
Antes de 2006, teremos de concluir com fortes braçadas a travessia de 2005. Faltam quatro meses. O Congresso, com lista de parlamentares que irão enfrentar processo de cassação (são 18, quando deveriam ser mais de cem) vê-se obrigado à necessidade de retroceder o nível de lama que insiste em submergir as nossas instituições.
No meio de tudo isso, o senador Romero Jucá Filho (PMDB-RR) irá responder a dois processos no Conselho de Ética do Senado (movidos por este articulista), para explicar negócios realizados com o Banco da Amazônia - BASA - (quando apresentou sete fazendas inexistentes na captação de empréstimo), e a falsificação de documentos na Junta Comercial de Roraima. São ações comprovadas de infração penal.
No andar da carruagem política do estado, existe muita gente querendo colocar o carro adiante dos bois. Não tem como dar certo. Não vai dar certo seguir por esse caminho.
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