- 12 de novembro de 2024
Depois de colhido do depoimento de Eduardo Matos, o MPE realizou diligência na Boa Vista Energia S/A e obteve cópia do último processo administrativo de contratação de serviço com a Amazônia Indústria e Serviço Ltda, de nº TP 0027/2004, através do qual ficou comprovado que a última obra realizada pela empresa beneficiada pelo empréstimo dos cabos ocorreu no dia 28 de dezembro de 2004. "Desse modo, vê-se que o relato do réu Eduardo Matos apresenta-se cronologicamente contraditório, porquanto aquele afirma que a entrega de materiais elétricos, feita este ano, seria para a conclusão de obra da Boa Vista Energia S/A, sendo que, conforme acima citado, a última obra lá realizada pela empresa Amazônia Indústria e Serviço Ltda. ocorrera no final do ano passado", diz a ação levada à Justiça pelo MPE. Os promotores Luiz Antônio e João Paixão pedem, na ação, a condenação de Eduardo José de Matos e Kennedy Bernardino de Oliveira por prática de improbidade administrativa. Requer também da Justiça que os dois sejam obrigados a devolver à CER o valor correspondente aos cabos retirados, ou seja, R$ 438.185,00. O MPE pede ainda a perda da função pública do diretor da empresa de energia do Estado.
Sindicato dos Urbanitários quer punição para os responsáveis pelo empréstimo ilegal
A direção do Sindicato dos Urbanitários do Estado de Roraima espera que o Governo do Estado, acionista majoritário da CER, tome providência imediata com relação à irregularidade. O diretor de relações públicas da entidade, Luiz Laranjeiras, disse que "essa atitude de Eduardo Matos configura falta de preocupação e zelo para com o patrimônio público".
Para Ademir Lira, presidente do sindicato, essa transação feita entre o diretor-técnico da CER e a empresa Amazônia Indústria e Serviço Ltda. é "extremamente negativa e prejudicial para a companhia. "Ele (Eduardo Matos) deveria estar preocupado em dar continuidade à interiorização da linha de Guri em vez de estar se desfazendo de material adquirido com recursos públicos", disse.
Ele lembra que emprestar ou vender materiais e equipamentos públicos é crime de improbidade administrativa e que os responsáveis, se ficar comprovada a ilicitude da operação, devem ser punidos com o rigor da lei. "O sindicado repudia a ação dessas pessoas que não têm compromisso para com a coisa pública", enfatizou.
OUTRO LADO - O Fontebrasil manteve contato com o assessor de Comunicação da CER, Renan Becker, para tentar conversar com Eduardo Matos, mas este disse que o diretor-técnico estava em serviço no município de Caracaraí e que só seria possível dar um retorno no final da tarde. Segundo Renan, apenas Eduardo Matos pode se pronunciar sobre o assunto.