- 12 de novembro de 2024
A propaganda oficial televisiva do município de Boa Vista vem na contra-mão da história. O Hospital da Criança registra cinco anos de existência e não apenas quatro. Foi inaugurado no dia 11 de agosto de 2000, pelo prefeito Ottomar de Sousa Pinto (PTB-RR).
Veio suprir, com sérias dificuldades, carências de saúde da capital, a qual se ressente da falta de projetos na área social. Ninguém parece dar importância, mas a Saúde Pública do município é uma bomba-relógio!
Que deverá explodir num surto de epidemias. Boa Vista é a única capital brasileira a não possuir pronto-socorro municipal. Quantas pessoas do quadro dirigente, parlamentares, políticos e líderes têm a exata dimensão e consciência de tal responsabilidade? Existem muitas denúncias de desvios, às quais todos têm o dever e o direito de cobrar, na exigência de explicações.
Situada a uma distância de 14 meses e dias, as eleições de 2006 estão sendo antecipadas por quem não tem o que fazer. O momento atual é de cobrança de execução de programas, especialmente nas áreas sociais. Não somente de veiculação de propaganda. Por causa de propaganda foi que se elegeu figura como Dom Luiz Inácio, levando o país a encalacrada da qual não se vê como sair.
Está tudo completamente embolado, atrapalhado, mas não se deve investir de forma contínua na embromação. Nos dez anos dos três últimos períodos de governo estadual, não se criou em Roraima um só leito de hospital. Por conta do descaso, o déficit com relação a leitos hospitalares entrou na raia do absurdo. E quem mais sofre com isso são as crianças. Tornou-se indispensável que se faça mutirão pela saúde.
Como é possível descrever a situação da Saúde Pública de Roraima, com a ausência de providências por parte do município? Caótica! Que palavras devem ser unidas e aproximadas para que se relate cenário de quase tragédia? Nacionalmente, Roraima se encontra em primeiro lugar com relação à maternidade na adolescência.
São números proporcionais. As adolescentes estão tendo filhos cada vez mais cedo, em idade mais juvenil. Além do problema relacionado à saúde, vem a questão da educação. No atual ritmo, Roraima caminha para ter mais escolas de nível superior funcionando do que dedicadas ao ensino fundamental. Sem ensino fundamental, não há doutor que prospere. Observe-se a quantidade de crianças abandonadas que circula na periferia.
A preocupação de todos os países que enriqueceram no mundo sempre foi com a educação. E também com a saúde. As nações começam a se debilitar a partir dessas duas áreas. Em Roraima, existe hoje um déficit de 170 leitos hospitalares para adultos. A Maternidade Nossa Senhora de Nazaré está sendo reformada, mas vive superlotada. Imagine-se o que acontece no déficit pediátrico, com a densidade demográfica da capital.
O município de Boa Vista precisa construir imediatamente uma Maternidade. Para atender, principalmente, a demanda de mães adolescentes. Existem milhares de crianças na periferia com problemas dentários do mais alto risco. E parte das autoridades quer antecipar o debate político-eleitoral. As eleições estão a séculos de distância. A hora é de realizações.
A estratégia foi lançada por mente inteligente (da propaganda política de Dom Luiz Inácio, primeiro e único), cujos aproveitadores cuidaram de difundir pelos estados. De repente, começou-se a discutir sucessão eleitoral, num ambiente sem clima.
A estratégia é parte da idéia de grande negociata no plano nacional, retirando-se de foco as bandalheiras e comentadas punições.
O senador Romero Jucá Filho (PMDB-RR) não tem como se lançar candidato a nenhum cargo eletivo, antes de saber que providências serão tomadas nos dois processos a que terá de responder na Comissão de Ética do Senado. A situação de sua excelência não é das melhores. Mesmo com toda onda de abafa que se tenta fazer, a Câmara terá de cassar alguns parlamentares. Calcula-se em mais de uma dezena.
O Senado, até aqui, só está sendo incomodado fortemente por um de seus membros, representante de Roraima. Daí, a preocupação excessiva em debater as eleições do próximo ano, na busca desesperada de consolidar liderança que se esboroa em desconfianças. Se a prefeita quiser sair candidata ao Senado (ficando de vez em Brasília, de onde não arreda), é preciso dizer a que veio e também responder a ações que tramitam no Ministério Público.
Enquanto isso, o tic-tac programado continua a ser ouvido na periferia, numa situação de crise na Saúde Pública que, por falta de assistência municipal só tende a ficar descontrolada. Não se trata de mera questão política, ou de se agravar A ou B, amesquinhando o diálogo com tentativa de desqualificação. É preciso que se registre, na história do estado, a previsão de maus acontecimentos que estão vindo por aí.
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