00:00:00

Os 17 "cassáveis"

O relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), vai propor a cassação de 17 deputados envolvidos no chamado escândalo do mensalão em seu relatório parcial, a ser apresentado na terça-feira, segundo combinou com o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS).



Rodrigo Lopes
Do Estado de Minas

O relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), vai propor a cassação de 17 deputados envolvidos no chamado escândalo do mensalão em seu relatório parcial, a ser apresentado na terça-feira, segundo combinou com o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS).

Depois de aprovado pela CPI, o relatório será encaminhado à CPI do Mensalão, juntamente com toda a documentação que comprova o envolvimento dos acusados. Com isso, Delcídio Amaral espera encerrar a polêmica entre os integrantes das duas CPIs e criar condições para a cassação dos parlamentares de comprovado envolvimento com o esquema de propina.

Apesar das pressões que vem sofrendo, o relator Osmar Serraglio pretende concluir seu relatório citando todos os parlamentares que receberam dinheiro do caixa do 2 do PT fora do período eleitoral. O deputado José Dirceu, que não recebeu dinheiro diretamente, foi citado em vários depoimentos como o responsável pelo esquema. Embora não tenha sido caracterizada a existência de pagamentos mensais, o fluxo de recursos e as datas em que ocorreram demonstram regularidade.

O presidente da CPI do Mensalão, Delcídio do Amaral, com a aprovação do relatório de Osmar Serraglio, espera que a CPI dos Correios possa se dedicar exclusivamente às investigações para descobrir a verdadeira origem dos recursos do caixa 2 do PT. Até agora não se comprovou o desvio de recursos públicos para abastecer de dinheiro a campanha petista.

Caberá à CPI do Mensalão examinar o relatório de Osmar Serraglio e encaminhá-lo à Comissão de Ética da Câmara, dando início formal ao processo de cassação. A legislação, entretanto, permite que qualquer partido político faça uma representação junto à Comissão de Ética propondo a cassação dos parlamentares envolvidos.

O senador Álvaro Dias ( PSDB-PR), que também integra a CPI dos Correios, discorda do procedimento adotado pela presidência e pela relatoria de submeter ao plenário da comissão, para discussão, como está previsto, a lista dos deputados envolvidos em denúncias de corrupção.

"Seria mais lógico e ágil, como forma de ganhar tempo, que a CPI remetesse diretamente o relatório ao presidente da Câmara dos Deputados e este enviasse, de imediato, ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa, para que as propostas de cassação de mandatos tivessem início" defendeu Dias, ao informar que, na presidência da CPI do Futebol, em 2000 procedeu dessa maneira.


Lista da degola

Roberto Jefferson (PTB-RJ)
  • Responde a uma representação no Conselho de Ética feita pelo PL por quebra de decoro parlamentar. Acusou colegas de receber mesada. Confessou ter recebido R$ 4 milhões do esquema

    José Dirceu (PT-SP)
  • Acusado por Jefferson de ser o articulador do esquema de pagamentos a deputados aliados. É apontado como operador de crédito nas transações financeiras que Valério diz ter feito para obter recursos para o PT

    João Paulo Cunha (PT-SP)
  • O ex-presidente da Câmara recebeu R$ 50 mil do esquema de Valério. Sua situação ficou ainda mais complicada porque as agências do publicitário prestavam serviço para a Câmara durante a sua gestão

    Carlos Rodrigues (PL-RJ)
  • Segundo a lista apresentada pelo empresário Marcos Valério, o deputado recebeu R$ 400 mil reais das contas das empresas do publicitário por determinação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares

    José Mentor (PT-SP)
  • O relator da CPI do Banestado recebeu pelo menos R$ 120 mil das contas de empresas de Valério. Ele está sob suspeita também de ter beneficiado o Banco Rural no relatório final da CPI do Banestado

    Josias Gomes da Silva (PT-BA)
  • O deputado sacou R$ 100 mil da conta da SMPB no Banco Rural. Ele esteve pessoalmente na agência do Brasília Shopping

    Paulo Rocha (PT-PA)
  • Por intermédio de dois assessores, retirou R$ 920 mil da conta de Valério, segundo o próprio empresário. Renunciou ao cargo de líder do PT quando foram descobertos seus saques

    José Janene (PP-PR)
  • Segundo Valério, o deputado aparece como destinatário de R$ 4,1 milhões. O dinheiro teria sido transportado por João Cláudio Genu, seu assessor

    Pedro Corrêa (PP-PE)
  • O presidente do PP foi apontado por João Cláudio Genu como um dos responsáveis por saques em contas de Valério. Genu disse que antes de ir ao banco conversava com Janene, Corrêa e Pedro Henry

    Pedro Henry (PP-MT)
  • Junto com o presidente do PP e com o líder do partido na Câmara, autorizou os saques que o assessor João Claudio Genu fez nas contas de Valério.

    Roberto Brant (PFL-MG)
  • Um de seus assessores aparece entre os sacadores de recursos das contas de Valério. Ele alegou que foi uma doação para sua campanha eleitoral, feita pela Usiminas, por intermédio das agências de Valério

    João Magno (PT-MG)
  • Pela lista de Valério, recebeu R$ 350 mil do esquema

    Romeu Queiroz (PTB-MG)
  • Foi beneficiado com R$ 350 mil

    Vadão Gomes (PP-SP)
  • A lista do empresário revelou que o deputado recebeu R$ 3,7 milhões das contas das agências de publicidade

    Professor Luizinho (PT-SP)
  • O deputado, segundo Valério, levou R$ 20 mil do esquema

    Wanderval Santos (PL-SP)
  • Um assessor dele aparece entre os sacadores de R$ 100 mil das contas de Valério

    José Borba (PMDB-PR)
  • O ex-líder do partido teria recebido R$ 2,1 milhões


  • Últimas Postagens