- 12 de novembro de 2024
Luiz Valério
Colaborador do Fontebrasil
A editora portuguesa Bertrand/Quetzal Editores que publicou, na década de 70, a obra de Henri Charrère em Portugal está interessada no novo livro do fotojornalista Platão Arantes, sobre a história de René Belbenoit, o verdadeiro Papillon, fugitivo da "Ilha do Diabo" que viveu na comunidade do Surumu, aqui em Roraima. Depois de assegurar em duas obras anteriores que Papillon viveu e está sepultado em terras roraimenses, após fugir da prisão, Platão está concluindo um terceiro livro, com o resultado do laudo pericial da Polícia Federal que confirma a sua investigação e tese.
A assessoria de Comunicação da Bertrand/Quetzal Editores entrou em contato com o obstinado Platão Arantes, depois de tomar conhecimento da matéria publicado pela revista Istoé, na qual o perito Paulo Quintiliano, da PF, confirma através de um programa de computador usado por ele em perícias, que as fotos publicadas por Platão em seus livros anteriores eram mesmo de Papillon. A farsa de Henri Charrère fora enfim desfeita.
"Neste momento, a Bertrand está a reeditar Papillon, uma obra que marcou a geração de 70, e eu decidi fazer um novo press para apresentação à imprensa. Por coincidência, em pesquisa na internet, verifiquei que no site da Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPE) se concluíra recentemente uma investigação que produziu finalmente provas oficiais da fraude de Henri Charrière, revelando que o verdadeiro Papillon foi René Belbenoit. Eu seu que dedicou a sua vida a investigar esta fraude, que já escreveu dois livros sobre o assunto e que é a pessoa indicada para me confirmar a fidedignidade dessa informação", diz a assessora da editora, Catarina Almeida, em e-mail enviado a Platão Arantes.
A matéria da Istoé tem repercutido em vários países, inclusive em Portugal, e a Bertrand/Quetzal Editores quer explorar o assunto. "Será que podemos considerar que a investigação e a produção de provas científicas e actuais é uma nova etapa na história de Papillon?", questiona a representante da editora portuguesa. "Gostaria de confirmar consigo toda esta revelação e a sua actualidade uma vez que o público e a imprensa portuguesas ainda não foram alertados para o caso e o assunto é de grande interesses para nós, em Portugal", conclui o e-mail.