- 12 de novembro de 2024
O episódio do último final de semana envolvendo policiais civis no espancamento de Robson Magalhães Lima, que teve como resultado a morte do rapaz, vem revelar um fato: persiste entre a policia civil o hábito símio de ver em práticas antigas o modelo. Robson foi espancado até a morte porque havia se envolvido numa briga com irmão de um dos policiais acusados.
Se após o concurso público e o treinamento em academia, esses policiais usam as mesmas práticas usadas no período da inquisição, o que parece é que nossa policia civil virou uma verdadeira caixa de Pandora, de onde em vez de esperança, com o tão anunciado policial cidadão, o que se ver na verdade é uma fonte de calamidades que minam a instituição.
Outro fato de causar estranheza com relação ao fato, foi a declaração feita pelo corregedor-geral da policia civil José Maria Neto. Segundo ele, é preciso confirmar se a morte de Robson foi causada pela agressão dos policiais ou da briga com o irmão de um dos policiais envolvidos na barbárie. A declaração do corregedor é no mínimo infeliz, demonstra, mesmo sem intenção, atitude corporativista, em defesa dos policiais envolvidos.
O que parece é que após a academia, onde supostamente se deveria aprender além de técnicas policiais o conceito de policia cidadã, onde o objetivo é humanizar a prática da polícia por meio de ações formativas, enfocando seu papel preventivo, boa parte parece aplicar conceito inverso enxergando o cidadão quase como inimigo.
A sociedade espera que o Ministério Público, a quem cabe o controle externo da atividade policial, faça o seu trabalho de forma a impedir que situações como essa se moldem de impunidade, fomentando outras práticas semelhantes. É dificil para um leigo na área jurídica entender o motivo que levaram as autoridades não decretarem a prisão dos acusados. Pela audácia do crime praticado não seria incomum os policiais levarem testemunhas a coação.
O caso de Robson já é o segundo fato de grande repercussão já no primeiro ano de aniversário do concurso público da polícia civil de Roraima. No primeiro caso, uma ação policial deixou um rapaz tetraplégico. Até agora como punição, só se viu uma atitude administrativa, a demissão dos agentes envolvidos. A sociedade agora espera o resultado na esfera penal.
Lembro-me que antes de terminar a academia e iniciar suas funções como policiais civis, os agentes receberam grandes criticas por não terem sido submetidos a aulas de tiro de forma suficiente. Sorte nossa !!!
Ricardo Honorato
Jornalista - DRT/RR nº 048
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