- 12 de novembro de 2024
Por Marlen Lima
Brasília - Os membros da Comissão da Amazônia estão preocupados com algo que não é novo. Trata-se, ainda que seja visto como algo esdrúxulo, uma possível intervenção americana em solo de países da América Latina. E o Brasil não estaria fora desse alvo, em especial por conta da Amazônia.
A desculpa para que marines dos Estados Unidos, aqueles soldados da elite do exército americano, invadissem países latinos americanos seria por causa das drogas. Mas o que se tem visto na imprensa, tanto na brasileira como na internacional, é que a preocupação real do governo do presidente Bush é com os rompantes do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a produção de drogas na Colômbia, e ainda um surto de esquerdismo nos países vizinhos ao Brasil, este principalmente. A amizade entre Chávez com o presidente Lula não é bem vista pelos americanos.
Com isso, em reunião na semana passada, os deputados da Comissão da Amazônia aprovaram requerimento para que fossem convidados os ministros de Defesa, o vice-presidente José Alencar (PL) e das Relações Exteriores, Celso Amorin para que eles possam revelar o que existe de concreto nessa preocupação dos parlamentares.
O deputado Pastor Frankembergen, presidente regional do PTB, é da ala dos preocupados com os americanos e lembra o caso do avião de bandeira americana que sobrevoou território brasileiro, numa rota que não havia sido acertado entre os dois países. O alvo foi horas de viagem sobre a Amazônia, principalmente nas terras de Roraima, em particular as que ficam instaladas as reservas indígenas.
- Acho um absurdo uma idéia como essa de intervenção americana. Não quero acreditar que os Estados Unidos tenham essa prepotência de invadir a América Latina. Eles se preocupam com a Venezuela de Chávez e a Colômbia, com as drogas. Eu repudio qualquer ato nesse sentido", destaca o Pastor.
Já o deputado Luciano Castro (PL) é da tropa que não tem muita preocupação com o assunto, ele não vê baseamento numa ação de intervenção americana em países latinos. Segundo o parlamentar isso é uma conversa, "que não é de hoje, isso é coisa antiga, e a Comissão da Amazônia está querendo ter algum tipo de fundamentação, e, caso os ministros aceitem o convite, eles poderão tirar as dúvidas".
SEM RETORNO E SEM DATA -
A presidente da Comissão da Amazônia, deputada Maria Helena Veronese (PPS) foi procurada pela reportagem, mas não retornou ao telefonema até o fechamento deste material.
Na agenda deste mês da Comissão da Amazônia não tem nada marcado para a vinda dos dois ministros, o que deve acontecer somente setembro, caso haja a confirmação de Alencar e de Amorin.