- 12 de novembro de 2024
O apogeu desse domínio político se deu principalmente no meu tempo de criança. Quando me fiz adulto - e jornalista - os Bezerra de Menezes já haviam perdido parte do seu poderio. O poder já passara para outros grupos, igualmente populistas e sem muito compromisso com políticas de inclusão social e geração de emprego e renda. Reinavam os currais eleitoriais. Migalhas ao povo para colher os resultados em época de campanha. Lutei contra isso lá. Luto aqui.
É exatamente o que ainda acontece em Roraima com Ottomar Pinto. Isso em pleno século XXI. Parece que os ares do novo século não arejaram a cabeça do governante local. Distribuição de peixe na periferia (antes era bucho de boi - e não me canso de repetir isso), de brinquedos e, agora, de rede, no dia dos pais. Seriam de Jaguaruana?(Corre no meio jornalístico local que Ottomar ficou possesso de raiva ao chegar, no sábado 13, no Ginásio Poliesportivo Vicente Feola e encontrar um número reduzido de pais para receber as redes). Ele queria mais público. Aliás, em pré-campanha, parece reinar na equipe de governo de Ottomar aquele velho adágio popular que diz que "caiu na rede é peixe". Ou seria voto?
Usar a condição de pobreza das pessoas para dar-lhes brindes com o objetivo de tirar dividendos eleitorais futuros é inaceitável. As pessoas têm que se valorizar mais e deixar de receber esses "engana besta" dados por políticos que já esboçam essas políticas assistencialistas - se é que se pode chamar isso de política - já com os olhos voltados para o pleito seguinte. Para ganhar voto é preciso mostrar propostas capazes de melhorar a vida da população, ter um projeto de governo. E não apenas um projeto de poder. Esse modo de (des) governar é retrógrado, ultrapassado. Chega de assistencialismo.
* Jornalista - escreve diariamente para o Fontebrasil. E-mail: [email protected]