- 12 de novembro de 2024
EDERSEN LIMA, Editor
Brasília - Num ponto os governos Lula e Ottomar estão cada vez mais parecidos. Tanto um como o outro se descaracterizaram em nome da reeleição no ano que vem, e de um projeto de poder. Meteram as mãos pelos pés, afastaram aliados históricos, fecharam acordos com inimigos políticos recentes e se transformaram na desilusão de seus eleitores.
Todos os dias, os depoimentos nas CPIs dos Correios e na do Mensalão tornam a lama de corrupção e sujeira política mais perto do Palácio do Planalto. Contratos estranhos, com valores altos nas áreas da saúde e Infra-estrutura, e mais as propostas indecorosas de manter servidores recebendo sem trabalhar, estão sendo rejeitadas até por aliados recém conquistados por Ottomar Pinto.
Lula deu as costas para os petistas históricos. Hélio Bicudo, Frei Betto, Plínio de Arruda Sampaio, Ricardo Kotscho. E abriu os braços para os Waldemars, Robertos Jeffersons, Sarneys, Renans.
Ottomar seguiu à risca a lição de Maquiavel: conquistou o poder com os amigos, mas administra com os inimigos. Exemplo disso está na saída da professora Ilma Xaud, da Secretaria de Educação. Profissional de reconhecido valor ético e moral. Acima de tudo, pessoa de extrema confiança do velho brigadeiro. Sucumbiu ao balcão de negócios que Ottomar ou finge desconhecer ou faz vista grossa perante o desejo dos seus novos aliados em ratearem a Seduc.
No ano que vem, o eleitor irá cobrar de Lula pelos resultados do Fome Zero, pelos 10 milhões de empregos, por ética na administração pública, por salários dignos, pelo fim dos juros estratosféricos. Os de Ottomar, vão saber que a mesma cartilha de governos passados, foi regida por Ottomar. Os votos de renovação nos dois casos (federal e estadual) deverão manter as semelhanças entre os eleitores que acreditaram nas promessas de Lula e nos que depositaram esperanças de que Ottomar poria fim ao clientelismo e fisiologismo reinantes em Roraima. O eleitor não costuma se enganar duas vezes seguidas.