MÍNIMO DE R$ 383 - Jucá vota contra aumento e Câmara decide

Por Marlen Lima

Brasília - Essa não é a primeira vez que o Senado vota uma matéria que coloca em xeque os deputados federais diante da opinião pública. Da bancada de Roraima, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB) não votou por estar fora de Brasília na hora da votação, estando no Estado, mas ele declarou que votaria a favor pelo aumento. Augusto Botelho (PDT) votou a favor e Romero Jucá (PMDB) acompanhou o voto do governo, que foi pelo não aumento do salário.
Ao aprovar o aumento do salário mínimo de 300,00 reais para 384,00 reais, nesta semana, os senadores, segundo os deputados, ficaram com a imagem de bonzinhos, "e o mal fica com a Câmara", diz Pastor Frankemberngen (PTB).
Frankemberngen diz que votará a favor da permanência do aumento do salário mínimo para 384,00 reais, justamente por estar preocupado com o que o trabalhador vai pensar a respeito de sua atuação parlamentar, "achando que se não for a favor deles, estaremos sendo contra, e não é isso. Para mim, o Senado agiu de forma irresponsável, e eu estou envergonhado com essa atitude dos senadores". Nesse raciocínio outros parlamentares também sem mostram temerosos.
O deputado Luciano Castro disse que é justo o aumento, mas ele não vê como isso poderá ser viável, "pois todas as prefeituras quebrarão, e o Senado foi irresponsável, pois não tem orçamento para esse aumento. Isso foi insensatez".
O presidente regional do PFL, deputado Chico Rodrigues afirma que estará acompanhando o seu partido no aumento do salário mínimo. Segundo o parlamentar, o governo terá que encontrar uma saída para atender ao desejo dos trabalhadores.
Para a deputada Suely Campos o aumento forçará o governo a direcionar a sua política administrativa mais para o setor social e não só ficar empenhada em atender as metas econômicas. Ela acredita que o aumento no mínimo reverterá numa maior circulação de dinheiro, incremento no mercado e arrecadação fiscal. "Se bem acompanhado, todos (governo e empregados) vão ganhar".
Alceste Madeira (PMDB) e Almir Sá (PL) crêem que esse seria um valor ideal para os trabalhadores, mas que ao mesmo tempo esse aumento mexe diretamente com o orçamento da União e que o governo não teria caixa para pagar o novo salário mínimo.
- Vejo como desafio que o governo enfrenta. Não podemos sacudir a administração com um aumento desse, não tem caixa, pelo menos agora. Mas temos que aguardar como isso se manterá, e não temos como dizer se seremos contra ou a favor do aumento, quem sabe podemos encontrar algo que seja meio termo", disse Madeira.
Almir Sá revela que o momento agora é de esperar, "pela chegada da matéria e até la´ ver os reflexos que isso causará na economia. Acho que o Senado não deveria ter tomado a decisão que tomou, e nesse jogo político, jogar para platéia é algo perigoso, temos que tomar todo o cuidado".

FORA DE ÁREA -
O deputados Rodolfo Pereira (PDT) está no Estado e se encontra, segundo sua assessoria, no Interior, e temo como localiza-lo no celular. A deputada Maria Helena Veronese (PPS) foi procurada, a sua assessoria não soube dizer o paradeiro da parlamentar.