- 12 de novembro de 2024
Luiz Valério
Colaborador do Fontebrasil
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A prefeita de Boa Vista, Teresa Jucá (PPS), ainda não prestou esclarecimentos aos vereadores sobre a denúncia que tramita no Ministério Público Estadual (MPE) sobre irregularidades no contrato com a empresa F. Paulo Lucena Cabral - ME para a qual teriam sido pagos R$ 4,9 milhões sem que o objetivo do contrato tenha sido cumprido. O presidente da Câmara de Vereadores, José Reinaldo (PMDB), diz que está acompanhando a ação do Ministério Público e que, quando houver um parecer do órgão ministerial, o Poder Legislativo vai se pronunciar.
Essa parece ser a opinião reinante entre 13 os vereadores. Estão todos aguardando a conclusão da investigação realizada pelo Ministério Público. No mês de junho, antes do recesso, foi esboçado pelo vereador Ivo Som (PTN) um movimento para a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o assunto. Depois de colhidas sete assinaturas, o que daria condições para criar a comissão, o requerimento foi engavetado, pois o MPE saiu na frente com a decisão de apurar as supostas irregularidades.
Outras denúncias de supostas ilicitudes cometidas pela prefeita Teresa Jucá, como o repasse detectado pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), de quase meio milhão de reais para a conta de uma empresa de Brasília pertencente ao presidente da FETEC (Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura) de Boa Vista, Rodrigo Jucá, filho do senador Romero Jucá (PMDB), apenas em três dias, também aguardam alguma explicação. Os parlamentares continuam esperando por esclarecimento. Mas se mostram bastante pacientes.
Dos treze vereadores que compõem a Câmara Municipal, sete fazem parte da base de apoio da prefeita ou usam o discurso de independente "votando a favor dos projetos que foram importantes para o município". Estão nesse time, conforme informações colhidas junto a alguns parlamentares que compõem a lista, Osmar Sampaio (PMDB), Alfonso Rodrigues (PL), Braz Behnck (PPS), Lourdes Pinheiro (PPS - líder da prefeita na Câmara), Marcelo Milênium (PV), Rogério Trajano (PTC) e Pleneilda Praxedes (Prona).
Os únicos que surgem como reais opositores de Teresa Jucá são os vereadores Ivo Som e Pelé (Prona). Três que fazem oposição branda ou também se dizem independentes são George Melo (PT), Paulo Marchioro, que foi diretor da Secretaria de Agricultura do Município, na gestão passada de Teresa Jucá, e Iracema Araldi (PAN). O presidente da Casa, José Reinaldo afirma que sua posição é de neutralidade, pois tem o papel de "zelar pela harmonia entre os poderes".
George Melo é um dos que afirmam ter uma postura independente. "Estou votando pelo que é importante para a população". Quando o assunto é o "rolo" com a empresa de lixo, ele afirma que, se houver comprovação de ilicitudes, não há como se manter neutro. Tem que chamar a prefeita à responsabilidade. Até porque ele foi um dos primeiros a tocarem no assunto, na Câmara de Vereadores.
Enquanto há uma certa divisão de forças entre os vereadores que apóiam ou fazem oposição à prefeita Teresa Jucá, há apenas quatro vereadores que se mostram alinhados com o governador Ottomar Pinto (PTB) de forma a não deixar margem para dúvidas: o próprio José Reinaldo, Paulo Marchioro, Pelé e Ivo Som. Questionado sobre o posicionamento dos demais, o presidente da Casa diz que fala apenas por si. Mas adianta que "o governador não vê nenhum vereador como oposição". Ele afirma que é o Município quem tem que buscar manter uma boa relação com a Câmara de Vereadores.