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O PARADOXO DAS ASCONS - *Joel Maduro

Não precisamos ir muito longe para nos depararmos com aberrações na área de comunicação social. Por terras macuxis observamos e temos experiência de assessorados que insistem (alguns) em tratar o meio comunicacional e o assessor como um mero setor de terceiro plano da administração.


Em situações vexatórias, alguns assessorados espremem suas ascons e crucificam os profissionais cobrando resultados imediatos. Querem inventar remédios manipular fórmulas como se em comunicação social tudo acontecesse num mágico laboratório. Ao invés de administrar a informação e capitalizar o lado negativo invertendo o jogo apenas no aspecto jornalístico encobre-se às verdades com mídia mal feita e descaradamente mentirosa vendendo no atacado um produto chulo numa embalagem pra lá de hipócrita como se pudesse comprar a opinião pública.

Nos meios midiáticos as verdades têm mais consistência do que as mentiras mesmo que venha bem embalada, a primeira se sobrepõe sobre a segunda. Denuncias têm que ser apuradas e dar um trato jornalístico, mesmo que estas venham causar baixas ao assessorado que há de convir que ao admitir os erros logo em seguida vem o perdão e o próprio público muda o seu conceito. Alguma coisa como... ...Ele foi corajoso admitiu seus erros.

Na maioria das Ascons a prática não é essa. Primeiro o assessor não tem acesso ao assessorado e muito menos às decisões por ele tomada.(eis o paradoxo) Outros só servem para picotar jornal e arquivar numa pasta linda de se ver, jamais consultada e idem analisada. Alguns nem isso. Poucos são os assessorados que buscam numa Ascom bases para decisões importantes. (Pesquisa de opinião, sumulas etc...) preferem ter um figurão puxa-saco que sabe tudo. Decide tudo e tem o aval do dono da verdade passando por cima de toda uma equipe.

Acredito, e é fato notório, que estas questões estejam acontecendo em uma das maiores e mais solicitadas ascons do estado. Não que seja prática dos profissionais, mas que os vícios daquele alijado setor calejaram alguns e mudanças por lá não rimam com profissionalismo. E veja que lá existem bons profissionais. Talvez os melhores, mas não se dá o verdadeiro valor que eles têm e nem a devida autoridade e ferramentas.

É contraditório, mas isto acontece de uma forma geral num setor tão importante como as assessorias de comunicação. Quando o profissional faz algum trabalho e este se sobressai o chefe logo arruma um jeito de botar panos frios desestimular o seu trabalho. Ora! Quem tem que aparecer são eles (assessorados) e não um mero jornalista que sem ferramentas acaba inventando notícias e dando barrigadas involuntárias.

Como jornalista de opinião admito que este descalabro profissional recai sobre a subserviência de alguns profissionais que não tem amparo e liderança na categoria. Uns por questões de sobrevivência estão na vala comum do relisão repetitivo e fazem tudo que o mestre mandar. Outros detonam a notícia de uma só vez não dando chance para o repórter investigar sem influência do assessor e assessorado. Pior, uma seleta turma arruína a situação aderindo ao jabaculê.

Na contramão existe um duelo. De um lado o jornalista de redação acha que sabe mais que seu colega de ascom. Do outro o jornalista de ascom exige que o seu relisão seja publicado na integra sem chances para questionamentos do repórter daí, somada a prepotência dos assessorados a engrenagem emperra

Mudar este hábito é muito difícil, pois requer mudanças em todos os sentidos. O paradoxo das ascons deve ser combatido na raiz a começar pelo profissional, esteja este como assessor ou em redações. Exige-se então uma mudança comportamental onde se deve primar pela valorização profissional acima dos fatos e das pessoas. Bom dia!

Joel Maduro

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9977-9724

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