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Fechar escolas é um retrocesso - Por Luiz Valério (*)

A Secretaria de Educação do Estado de Roraima anuncia que vai fechar 171 escolas por falta de alunos. Isso é um retrocesso. O que se pode esperar de um governo que em vez de construir escolas, fecha as que existem? Que absurdo é esse?!


A Secretaria de Educação do Estado de Roraima anuncia que vai fechar 171 escolas por falta de alunos. Isso é um retrocesso. O que se pode esperar de um governo que em vez de construir escolas, fecha as que existem? Que absurdo é esse?! Não seria mais sensato e proveitoso fazer uma campanha de conscientização voltada aos pais para que matriculem seus filhos?

A verdade é que existem muitas crianças e adolescentes fora da escola. Logo, fechar estabelecimentos escolares não é a medida mais adequada. E tem mais: por que a secretaria não abre novas turmas de EJA (Educação de Jovens e Adultos) nos estabelecimentos escolares dos bairros mais afastados do Centro de Boa Vista e no interior? Será que a população roraimense já está toda alfabetizada e com os ensino fundamental e médio concluídos? Claro que não. Há muitos alunos fora de faixa de idade para o ensino regular estão sem estudar exatamente por falta de turmas do EJA.

Todo mundo sabe que investir em educação nunca foi o forte das administrações do velho brigadeiro Ottomar Pinto. Há escolas como a Presidente Tancredo Neves, localizada no bairro de mesmo nome, por exemplo, que está caindo aos pedaços e não se faz uma reforma. Banheiro para professor é artigo de luxo. Não existe, pois o pardieiro colocado à disposição pode ser chamado de tudo, menos de banheiro. O mesmo acontece com o dos alunos. Esse é um exemplo que se repete em vários outros estabelecimentos. Basta fazer uma visita nas escolas para constatar. Mas quem está interessado nisso? Fechar escolas é mais simples.

E não fica por aí. A sala dos professores da Escola Tancredo Neves está há meses com as lâmpadas danificadas sem que se faça reposição. Os docentes são obrigados a ficar às escuras. Aliás, essa administração está tratando os profissionais do magistério como se fossem a escória da humanidade. A seguir a jutificativa hipócrita da chefe do setor de Informações e Estatísticas Educacionais da Secretaria, Selma Mariot para a decisão de fechar escolas em todo o Estado.

"Algumas delas não têm sequer decreto de sua criação, mas como já chegou a constar na contagem da Educação elas continuam até hoje na estatística", informou, ressaltando inclusive, que no Censo Escolar de 2004, 241 escolas do Estado tinham menos de 19 alunos matriculados. Regularize-se esses estabelecimentos. Fechá-los nunca.

(*) Jornalista e professor. E-mail: [email protected] 

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