- 12 de novembro de 2024
É comum ouvirmos o discurso "antropologicamente correto" de algumas organizações governamentais e ongs que pregam a ultraproteção dos povos nativos e índios descendentes e deles se acharem donos por tutela ou por outra forma de aprisionamento; seja por força da lei ou por meio da fragilidade advinda do conflito cultural; (lea-se catequese nos retiros).
Estas organizações são tão prepotentes que pregam um discurso e praticam outros. Dois exemplos de que estes organismos são hipócritas está visivelmente explicito na Banda de Forró e Xote - Caxiri na Cuia - e na situação de dezenas de famílias de nativos que, fugindo da fome nas malocas praticam o êxodo indígena e incham a periferia de Boa Vista donde deslizam para o submundo do crime, fome. álcool e prostituição aos olhos latentes de todos nós.
Da maloca surge então a banda cabocla que anima as assembléias indígenas e festas com o xote "Caxiri na Cuia". Uma versão indígena bem clara da miscigenação negada por estes organismos que cultuam e pregam a dança do Parixara, tanga e a caça de arco e flecha, mas financiam a cultura do não índio nas malocas.
Contraditórios como sempre estes organismos extremamente teóricos e estagnados como alguns de seus gestores, induzem a sociedade menos informada a acreditar que existe um grande trabalho humano, salvador de toda a mazela que fora adquirida pelos nativos e índios descendentes e é combatida a custos altos com divisas externas.
É verdade que o - Caxiri na Cuia -, tem um bom ritmo. É bom de dançar. A letra apesar de ter uma rima não muito rica é apimentada com murupi e malagueta revelando alguma coisa da tradição dos nativos. ...quem sabe do sabor é o índio Macuxi. Tome Caxiri, tome Caxiri... Mas é verdade também que esta manifestação, mesmo que isolada rompe com o discurso de que eles (índios descendentes) devem permanecer somente com suas culturas preservando-as na raiz proclamado pelos "protetores."
Assim também é verdade que o índio desaldeado (fora da maloca) vem para Boa Vista e troca o caxiri pela cachaça, mocororó pela maconha e sente outro sabor e isto, não é divulgado nem festejado como se festeja a homologação da RSS. Como se aplaude com veemência o sucesso da banda enquanto cunhantãns e curumins se prostituem na periferia de Boa Vista e seus pais se matam. Veja estatística de pessoas envolvidas em crimes de grande e pequena consternação pública em RR.
Se há algum trabalho com relação ao êxodo indígena (maloca/cidade), a sociedade ainda não conhece e os resultados não surgiram. Basta dar uma volta no barro Caetano Filho (Beiral). Pintolândia, Raiar do Sol e outros mais distantes para constatarmos o descaso com esta problemática. Idem aos olhos dos governos.
No discurso teórico "politicamente correto" destas organizações tudo tem uma rima perfeita e riquíssima. O céu é azul não existem trevas e o xote - Caxiri na Cuia é o deleite. No entanto a realidade é outra. O céu das destas pessoas está em constantes tempestades e não tem horizonte. A vida rima com miséria ao sabor do descaso. A cachaça é a companheira e rola solta como válvula de escape.
Como os donos da verdade estes organismos se dão ao luxo e ao direito de gastarem alguns dólares com festança na maloca Maturuca para comemorar a homologação (aldeamento) da RSS. Em quanto isso se dizimam dezenas de esperanças de seres humanos que forçadamente por falta de competência e da prepotência de alguns morrem a míngua na periferia de Boa Vista. E tome caxiri, tome caxiri... quem sabe do sabor é o índio Macuxi... Bom dia!
9977-9724 - Jornalista Mtb nº109/RR