A polícia britânica disparou oito tiros contra o brasileiro Jean Charles de Menezes, que foi confundido com um homem-bomba na sexta-feira na estação de metrô de Stockwell. A informação _que amplia a versão oficial anterior que falava em cinco tiros_ foi revelada pela investigadora de polícia Elizabeth Baker durante uma audiência do inquérito sobre a morte do brasileiro de 27 anos.
A polícia britânica disparou oito tiros contra o brasileiro Jean Charles de Menezes, que foi confundido com um homem-bomba na sexta-feira na estação de metrô de Stockwell.
A informação _que amplia a versão oficial anterior que falava em cinco tiros_ foi revelada pela investigadora de polícia Elizabeth Baker durante uma audiência do inquérito sobre a morte do brasileiro de 27 anos.
Segundo ela, Menezes foi baleado sete vezes na cabeça e uma no ombro.
A polícia de Londres não costuma usar armas de fogo, mas as autoridades aumentaram a presença de policiais armados após os atentados de 7 de julho e tentativas fracassadas de ataque no dia 21.
No domingo, o chefe da Polícia Metropolitana de Londres, Ian Blair, afirmou que a ordem de "atirar para matar com o intuito de proteger" vai continuar apesar da "tragédia". Ele pediu desculpas pela morte de Menezes, mas defendeu seus policiais.
"O que temos que reconhecer é que as pessoas estão tomando decisões muito difíceis e que potencialmente ameaçam suas vidas de forma muito rápida. Não foi apenas um evento aleatório e, o mais importante, temos que reconhecer que ainda está ocorrendo. Alguém mais pode ser baleado, mas todas as ações têm o objetivo de fazer o que é certo", disse Blair.
"O importante é que nada é gratuito, nenhuma ação é arrogante, não há uma conspiração para atirar nas pessoas aqui."
Ian Blair disse que os policiais à paisana tinham que atirar contra a cabeça de um suspeito de ser um suicida pois um tiro em qualquer outra parte do corpo poderia disparar a suposta bomba, pois a área do peito ou tronco é a área onde os explosivos geralmente ficam.
Também no domingo, o primo de Menezes, Alex Pereira, que também mora em Londres, refez os últimos passos do primo em Stockwell, em um protesto emocionado contra sua morte.
"Desculpas não são o bastante. Acredito que a morte de meu primo foi resultado da incompetência da polícia", disse ele.
A família de Menezes está agora considerando a possibilidade de processar a polícia de Londres.
Descrevendo Menezes como "uma pessoa cheia de vida", Pereira disse que seu primo foi "vítima dos erros do governo".
O corpo do brasileiro deve ser levado de volta para o Brasil o mais rápido possível.