- 12 de novembro de 2024
EDERSEN LIMA, Editor
ESTRANHO
No mínimo, estranhíssimo, os depósitos iguais de R$ 236 mil feitos pela prefeita Teresa Jucá em duas empresas pertencentes aos enteados Rodriguinho e Mariana Jucá e às filhas Luciana e Ana Paula Surita, em menos de cinco dias. A explicação para isso, a prefeita ainda não deu. Não explicou não se sabe o por quê. Talvez, não se recorde.
Disse, pra variar, através de sua assessoria que só iria se manifestar depois que fosse comunicada oficialmente sobre a investigação que a Polícia Federal está realizando nas suas contas a pedido do Ministério Público Federal .
Imagino que qualquer cidadão normal saiba bem quanto, quando, pra quem, como e onde faz depósitos bancários. Principalmente, se o montante depositado for uma "lapada" acima de R$ 200 mil. Aliás, dois depósitos coincidentemente do mesmo valor: R$ 236 mil.
As empresas beneficiadas foram a Societat Participações Ltda. e Societat na Alfândega Empreendimentos e Participações Ltda. A empresa pertence ao irmão do senador, o cunhado da prefeita, Álvaro Jucá, em sociedade com a própria Societat, dos filhos do casal Jucá.
Engraçado é que Teresa ainda não se lembrou desses depósitos. Caso contrário, já teria explicado, não é?
PAGAMENTO ADIANTADO
Um relatório preliminar do Ministério Público mostra que as transferências de verbas federais à prefeitura de Boa Vista coincidem com as movimentações financeiras das empresas de familiares de Romero e Tereza Jucá consideradas atípicas pelo Coaf e que deram origem à representação do Ministério Público. Segundo o relatório, verifica-se que, contrariando proibição legal, há registros no Sistema Integrado de Administração Financeira de transferência integral de verba do orçamento federal logo após a celebração do convênio.
Em outras palavras, mal acertava o contrato, Teresa já repassava o dinheiro antes mesmo dos trabalhos começarem.
"MESADÃO"
Mal a notícia de que Teresa Jucá efetuou depósitos de R$ 236 mil nas contas das empresas de Rodriguinho Jucá e da filha Luciana Surita foi veiculada no Fontebrasil e-mails sugestivos chegaram à caixa-postal do site dando conta de que se tratava de "mesadão" e não "mensalão".
"Como esses meninos ainda estão descobrindo o que é trabalho, isso (depósitos) só pode ser a mesada deles", alfinetou uma leitora.
Como Teresa, não ainda não informou a origem do dinheiro depositado nas contas das empresas de Rodriguinho e Luciana, acaba dando margens para piadinhas.
CALADINHO
Outro e-mail, do leitor Jairo Fernandes, sugere que se Teresa Jucá depositar qualquer quantia em sua conta ele ficará "muito agradecido e também caladinho".
ESSE RODRIGUINHO
Rodriguinho Jucá em reuniões políticas não perde a oportunidade de dizer que sente muito orgulho do pai Romero e da madrasta Teresa. "Quero ser que nem ele", diz o rapaz. Já tem gente achando que realmente ele tem muito pra quem puxar.
Como diria vó Helga: "Esse Rodriguiiinho!".
JUSTIÇA E FLORES
Justiça seja feita, o amor é lindo e no começo tudo são flores, inclusive, na licitação.
MAIS UMA
Dois servidores que elaboravam a folha de pagamento do Tribunal de Justiça estão sendo investigados. Há suspeita de que o serviço não estava sendo bem feito.
PEGA NA MENTIRA
As investigações da Polícia Federal indicam que o deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE), irmão do ex-presidente do PT José Genoino, sabia que o seu ex-assessor José Adalberto Vieira Silva estava em São Paulo na semana passada. A PF já tem, inclusive, pistas de que os dois teriam tido contato na última sexta-feira, mesmo dia em que Adalberto foi flagrado com US$ 100 mil na cueca, quando tentava embarcar num vôo de São Paulo para Fortaleza, no Aeroporto de Congonhas.
As informações em poder da Polícia Federal desmentem a versão apresentada até o momento por José Nobre Guimarães, de que ele desconhecia que Adalberto estava em São Paulo na semana passada. O escândalo foi a gota d'água para Genoino renunciar ao cargo, sábado passado. Em depoimento informal à Polícia Federal, Adalberto já teria admitido que Guimarães sabia de sua missão em São Paulo.
MULTIPLICAÇÃO DAS MALAS
Um dia antes da apreensão das sete malas da Igreja Universal com mais de R$ 10 milhões no aeroporto de Brasília, um carregamento semelhante passou pelo aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, transportado por dois pastores da Universal, o deputado estadual de Minas George Hilton dos Santos (PFL) e o vereador de Belo Horizonte Carlos Henrique Alves da Silva (PL). Eles passaram tranqüilamente pela Polícia Federal com 11 caixas de papelão contendo dinheiro em espécie e cheques.
SOBROU PRO WALDOMIRO
A CPI dos Bingos aprovou por unanimidade a quebra dos sigilos bancários, fiscal e telefônico de Waldomiro Diniz, ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil. No único depoimento de ontem, o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, disse aos senadores que nunca teve nenhuma relação com o deputado e ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu (PT-SP). Diniz, um dos principais assessores do ex-ministro, foi exonerado no dia 13 de fevereiro de 2004, depois da divulgação de uma fita em que aparece negociando o pagamento de propina com Cachoeira.