- 12 de novembro de 2024
Brasília - A deputada Suely Campos (PP) quer aproveitar a reforma política para acabar com o voto obrigatório. Ela já encaminhou estudo à consultoria jurídica da Câmara Federal sobre apresentação de emenda constitucional que poria fim à queixa de parcela de eleitores brasileiros contra a obrigatoriedade em comparecer às urnas. "Chega a ser contraditório vivermos no estado de democracia e obrigarmos o cidadão eleitor a votar. A premissa da democracia é justamente a liberdade e direito à escolha de seus representantes. Obrigá-lo a exercer a sua liberdade não é democrático, é imposição", analisa a deputada. Para ela, o fim da obrigatoriedade do voto representaria salto positivo e de qualidade nas futuras eleições. Ela explica que a ocorrência de compra de votos seria reduzida drásticamente, e em conseqüência, a sociedade teria políticos eleitos mais compromissados com o mandato e com os votos que recebeu. SEM COMPROMISSO "Político que compra voto não tem compromisso com o eleitor pois pagou para ser eleito. Diferente daquele que conquistou a votação pela palavra, pelas propostas e pelo trabalho que já tenha realizado", acredita Suely. Segundo ela, o assunto não vai muito, e Roraima é exemplo farto de que políticos pára-quedistas obtiveram mandato no estado e depois de eleitos viraram as costas para o eleitor. "Sabemos que gente que ganha a vida fazendo política investe tudo que tem fora de Roraima, em seu estado natal, gerando lá empregos e riqueza", ressalta. 'É claro que a corrupção eleitoral não se acaba da noite para o dia. Mas tudo começa com passos dados na mesma direção e o que se quer, além de não obrigar o cidadão a votar, é por fim a esse mal que corrói a sociedade", acredita A deputada destaca, ainda, que a incidência de votos nulos e brancos, além da abstenção eleitoral tem aumentado, principalmente, nos grandes centros. "Muitos eleitores preferem pagar multa na Justiça Eleitoral, algo em torno de R$ 3, e não votar". Suely vê no descrédito de políticos como motivo para o eleitor brasileiro se mostrar contrário ao voto obrigatório. "Não se pode negar essa realidade e deixar de dar razão ao eleitor", concluiu.