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OPINIÃO FORMADA

Hoje, Ottomar não herda somente o descaso do governo passado. Herda a impopularidade que Flamarion Portela, tinha. Pior: já tem gente que diz sem cerimônia que "era feliz e não sabia". Pior, ainda: Seus assessores não lhe falam a verdade.


EDERSEN LIMA, EDITOR

No colo de Jucá

Não precisa bola de cristal, nem ser vidente para prever que do jeito que está o governo Ottomar Pinto, o futuro governador de Roraima será Romero Jucá, com dívidas pendentes no Basa, processos no Supremo Tribunal Federal, denúncias de desvio de dinheiro e tudo o mais.
O governo da esperança, que prometia entrar para a história como a redenção do estado, até aqui rendeu muito pouco. Quase nada. Aliás, rendeu sim, bons empregos e altos salários para parentes, aderentes e agregados de Ottomar Pinto.
De resto, há dívida atrasada com o comércio local; vergonhosa dívida com a saúde pública; dívida com o povo que esperava empregos; dívida política com vereadores e deputados. Dívida com aliados históricos e já há dívidas com aliados recentes. Resumo: descontentamento latente beirando o geral.
Hoje, Ottomar não herda somente o descaso do governo passado. Herda a impopularidade que Flamarion Portela, tinha. Pior: já tem gente que diz sem cerimônia que "era feliz e não sabia". Pior, ainda: Seus assessores não lhe falam a verdade.
Até agora, para melhorar a sua situação, Romero Jucá não precisou aumentar a dose de críticas que a TV Caburaí faz ao governo. Nem precisou ir além de opiniões superficiais sobre a atual administração. Não precisou porque o próprio governo Ottomar e suas dívidas, promessas não cumpridas e incompetência está dando conta em perder apoio político e espaço no meio formador de opinião.
Com isso, a eleição do ano que vem pode ser ainda mais barata para Romero. Não deverá correr o risco de denúncias como a da Casa Amarela, que supostamente servia para bancar cabos eleitorais para ele e para a então senadora Marluce Pinto. O esquema, se ocorreu, não funcionou para ela.
Os mais crentes em Ottomar apostam que ele guarda cerca de R$ 100 milhões nos cofres públicos para serem usados em obras públicas no ano que vem. Mas concordam que, mesmo se essa dinheirama existir, pode lhe faltar gás, diante da idade avançada nas andanças cansativas e desgastantes que uma campanha majoritária impõe.
Um pouco mais de governo Ottomar, assim, do jeitinho que está, e Romero é capaz até de tirar férias ao invés de fazer campanha eleitoral. A faixa governamental não caíra sobre seus ombros, mas no seu colo, passada pelo seu maior cabo eleitoral no momento: Ottomar Pinto.


BEM MANDADA
A deputada Maria Helena é exemplo do que se pode chamar de "bem mandada". Assim que assumiu, Romero e Teresa acharam melhor ela ir para o PMDB. Maria Helena, foi. Logo depois, acharam, que era melhor ela ir para o PPS. Maria Helena, então, foi. Agora, acham que ela deve voltar para o PMDB. Maria Helena já topou.


E-MAIL ABERTO
"Um aviso de licitação, do Governo do Estado, Secretaria de Estado de Infra-Estrutura, para a construção e recuperação de pontes na vicinal 31, do município de São João da Baliza, que será realizado dia 07, quinta-feira, chama a atenção. Não é pela obra, mais sim pela assinatura em baixo: PRESIDENTE DA COMISSÃO SETORIAL DE LICITAÇÃO - SEINF-, SÔNIA PEREIRA NATRODT. Esse é a mesma do esquema gafanhoto".
"No Governo de Flamarion Portela, Sônia Natrodt era chefe da folha de pagamento do Governo do Estado, e amiga pessoal de Flamarion Portela há anos. Sônia sempre trabalhou com Flamarion, foi inclusive chefe do Deplaf da Secretaria de Obras quando Flamarion era governador. Numa queda de braço com Waldemar Paracat, então secretário de obras, ficou chateada e pediu demissão. Em seguida, o esquema gafanhoto veio a tona, e ela foi pessoa chave....". Gorete Fernandes.


DESRESPEITO
Sobre a nota "Pára-quedista" publicada ontem, um deputado estadual ligou para a coluna e disse que se Ottomar Pinto manter o "hábito de lançar candidatos importados será um desrespeito não somente com os políticos do estado, mas com Roraima".
E ainda questionou: "Será que depois de 15 anos de implantação do estado, com políticos com experiência de mais de 10 anos de parlamento, o brigadeiro ainda pensa que não tem ninguém aqui capacitado para representar o nosso povo no Senado Federal?".


4X4
A Prefeitura de Boa Vista abriu licitação para adquirir uma caminhonete 4x4 para atender o gabinete de Teresa Jucá.
Das duas, uma. Ou a prefeita reconhece que as ruas da cidade estão tomadas por buracos; ou, é para servir melhor as visitas e andanças que têm feito ao interior do estado nas últimas semanas.
 

O VICE
O candidato a vice governador na chapa de Ottomar Pinto será um evangélico. A promessa é do próprio Ottomar feita em 2002 durante encontro com fiéis da Assembléia de Deus.


PÉ QUENTE
Pelo sim, pelo não, nas duas ocasiões que Ottomar contou com apoio dos irmãos da  Assembléia de Deus, ele se elegeu. "Da vez que descartou o apoio, perdeu, e perdeu feio", lembra uma irmã fervorosa.


ALTO NÍVEL
Parece que Romero Jucá amarelou depois que o deputado Rodolfo Pereira e o senador Mozarildo Cavalcanti, cobraram dele explicações sobre as denúncias de desvio de dinheiro público que reponde na Justiça. Ele deu entrevista hoje defendendo um debate de alto nível em nome de propostas desenvolvimentistas para o estado.


ALTO NÍVEL 2
Ocorre que, na última entrevista que concedeu ao Plantão Policial, da rádio Equatorial, Romero Jucá defendeu o mesmo debate de alto nível. Cinco minutos de entrevista, ele já mandava o ex-governador Neudo Campos "assumir a filha que mora em Manaus".
Neudo está processando Romero por calúnia.


SIGILO QUEBRADO
O senador Mozarildo Cavalcanti defendeu proposta sua de que todos políticos eleitos tenham automaticamente seu sigilos bancários quebrados. Vê como forma de se combater a corrupção.


OUT DOOR
Depois dessa nota vai ter corre-corre e ameaças nas agências de out door. O grupo intitulado "Pela Moralidade na Política" promete publicar placas com a frase: "Quem não serve para ministro, não serve para governador".


"MANSALÃO MACUXI"
Um empresário amazonense que conhece a história do superfaturamento de serviços de informática para o finado Banco de Roraima, que seriam pagos à empresa fantasma daqui de Brasília, se dispôs a pagar um "mensalão" de R$ 1 mil durante um ano, pra quem acertar o nome da figura impoluta que tramou desviar o dinheiro do banco, mas que em pena reunião da diretoria, foi desmascarada.


ESSE RODRIGUINHO
Servidores da Fetec estão proibidos de chamar, mesmo na ausência, o diretor Rodriguinho Jucá, de "Rodriguinho".


CENSURA
Por falar em proibição, repórteres e funcionários de um jornal roraimense estão também proibidos de acessarem o Fontebrasil. Pode?

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