Traquinagens: A coincidências de um pobre Cantá - Por Manoel Lima

Brasília - Tem gente em Roraima se perguntando se alguém metido a traquina e "campeão" de emendas parlamentares está imune às acusações que pesam sobre políticos locais na apuração de desvio de dinheiro público, comandado pelo empresário de mil e um utilidades Ricardo Mattos. Ora, onde há dinheiro desviado não deveria haver traquinagens?

É a pergunta do momento que não quer calar em Boa Vista. Aliás, Roraima volta ao noticiário nacional por mais uma tramóia que seus políticos - não são todos, é bem verdade - insistem em aprontar em benefício próprio. Tramóia em benefício contra é um acinte aos bons costumes da corrupção, que fique bem claro.

O município do Cantá, que já revelou ter sido beneficiado por emendas parlamentares apresentadas ao orçamento da União pelo senador e hoje ministro Romero Jucá, volta a estar entre os municípios que faziam parte de um esquema corrupto de verbas públicas, desvendado pela Polícia Federal. Pobre Cantá, que das emendas de Jucá pouco ou quase não recebeu ou sua população se beneficiou.

Um fonte da Polícia Federal em Brasília não descarta o vínculo que existiria entre aquela história  antiga do Cantá com a de agora, com o empresário Ricardo Mattos.

Não resta dúvida de que qualquer coincidência nos dois casos do Cantá não seria mera casualidade. É, bem verdade, uma suntuosa verdade que mais cedo ou mais tarde a Polícia Federal e o Ministério Público Federal haverão de confirmar. Os meios para que isso aconteça estão à mão das autoridades; é aprofundarem as investigações que chegarão ao foco das malditas coincidências, das tradicionais traquinagens.

Dizer-se aqui que nos dois casos haveria o envolvimento dos mesmos políticos é querer dar uma de pitonisa. Ninguém quer o caos, mas o Cantá não merece estar novamente envolvido em casos de corrupção. Precisamos dar um basta nos repetidos casos de "mensalão" que ocorrem em Roraima.

Mas para acabar com esse estado de degeneração política no Estado, é preciso também acabar e banir do seio da sociedade políticos que se locupletam com verbas públicas para a desgraça da população.