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O empresário das mil e uma utilidades - Por Manoel Lima

Ricardo Mattos conheço os meandros onde dinheiro fácil corre à solta. Suas ligações, não confiáveis com administradores municipais não é de agora, faz tempo que ele se impõe frente aos prefeitos, desavisados uns, vivaz em matéria no trato de recursos públicos outros, como um autêntico assessor para assuntos financeiros.


Brasília - O empresário Ricardo Mattos é daquelas pessoas envolventes, com alto senso de penetração nos meandros onde dinheiro fácil corre à solta. Suas ligações, não confiáveis com administradores municipais não é de agora, faz tempo que Ricardo Mattos se impõe frente aos prefeitos, desavisados uns, vivaz em matéria no trato de recursos públicos outros, como um autêntico assessor para assuntos financeiros.

 

Com empresas para fazer todo tipo de negócios, não foi difícil a Ricardo Mattos se tornar o assessor em potencial na feitura de projetos e obras, onde os recursos públicos eram apresentados em forma de emendas parlamentares ou em fundo perdido. Quer dizer, fazia os projetos, "trabalhava" a liberação dos recursos, fazia as obras nos municípios. Ganhava duas ou três vezes, daí ter-se tornado um empresário bem-sucedido, uma espécie de bom vivant, requisitado e festejado nos bons ambientes sociais de Boa Vista.

 

O que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal descobriram, envolvendo a má aplicação de recursos públicos em obras nos municípios de Roraima é fichinha, se as investigações forem aprofundadas. É que parte desses recursos foi usada em campanhas eleitorais, de prefeitos e até de governador.

 

Uma pessoa de Boa Vista, em e-mail enviado para este articulista, lembra um fato que presenciou num dos escritórios de Ricardo Mattos. Certa feita, ao visitar o empresário, essa pessoa viu chegar às mãos de Mattos uma pilha - a expressão usada pela testemunha - de papéis. Eram procurações de prefeitos dadas ao empresário, para gerir os recursos que por ventura viessem a ser liberados.

 

Então, as investigações têm que ser profundas para identificar quem mais se beneficiou desse esquema fraudulento posto em prática há mais de dez anos por Ricardo Mattos. Não se quer aqui condenar ninguém, mas é preciso que Roraima veja suas autoridades públicas pondo a limpo a sua história.

 

Aliás, a história política de Roraima peca pela insensatez dos seus dirigentes, e isso não é de agora; vem desde os tempos do antigo território, quando recursos públicos eram liberados e sim empregados em obras de ficção. Os exemplos são tantos, não se deve aqui enumerá-los. Mas a memória dos seus autores não os deve ter esquecidos.

 

O espírito de seriedade e honradez da sociedade de Roraima precisa ser resgatado. E isso só será possível com a punição dos autores de mais esse crime de malversação do dinheiro público.

 

É isso que se espera! Justiça contra os malfeitores do interesse público.

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