- 12 de novembro de 2024
A situação do governo Lula que já estava ruir com a onda de denúncia acerca da existência de esquemas de corrupção na sua equipe de governo e nas chefias de estatais por ele nomeadas, agora piorou muito depois da denúncia do deputado Roberto Jefferson, de que existe um esquema de cobrança de propina no Congresso Nacional entre parlamentares, inclusive petistas.
Depois da tentativa de impedir a criação da CPI dos Correios, aberta para apurar a ocorrência de prática de corrupção na estatal, o que deve ser feito da forma mais aprofundada possível, ontem o presidente Lula pediu os cargos de todos os diretores da empresa. Essa onda de denúncias de corrupção no seio do governo petista é realmente lastimável para quem esperava uma total mudança de rumos na administração federal brasileira com a eleição do presidente Lula da Silva.
Os mais afoitos já falam inclusive na possibilidade de abertura de um processo de impeachment contra o presidente da República. Demonstrando sapiência e maturidade política, pois a cassação de Lula transformaria o país num pandemônio, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse ser prematuro falar de impeachment agora e afirmou que "Lula não é igual a Collor". O governador das Alterosas reconheceu a história de luta do presidente e disse que o seu passado político merece ser respeitado.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) também rechaçou a possibilidade de abertura de processo de cassação do presidente da República, mas disse que tanto o Governo Federal, quanto o presidente Lula precisam se explicar à Nação. Diga-se de passagem, que sendo o mais ferrenho opositor do governo Lula, os dois tucanos deram uma aula de hombridade com a sua postura. Disso não resta dúvida.
Agora, mais do que nunca, Lula terá que mostrar aos seus mais de 47 milhões de eleitores que é ele quem detém as rédeas do seu governo e deverá mandar apurar com toda profundidade possível todas as denúncias de corrupção surgidas nos últimos dias. Desde as que rondam os Correios até esta mais recente de cobrança de propina por parlamentares aliados. Do contrário, estará assinando um atestado de culpabilidade e incompetência político-administrativa. O PT, que quando foi oposição cobrou investigação para tudo quanto foi denúncia surgida no período dos dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, agora terá que demonstrar a mesma disposição para, se preciso for, cortar a própria carne. Todo pedaço do corpo governamental que tiver estragado deverá ser extirpado. Só assim será possível ao presidente reconquistar a confiança dos brasileiros e si e em seu governo.
Luiz Valério é jornalista e professor.
E-mail: [email protected]
Blog: www.luizvalerio28.blogspot.com