- 12 de novembro de 2024
Brasília - A empresa Campo Consultoria e Agronegócios Ltda., quer trazer para Roraima a experiência que acumulou por mais de vinte anos na produção de grãos no Centro-Oeste brasileiro, para estimular o agronegócio nos lavrados roraimenses. A empresa, que está em entendimentos com o governo de Roraima para uma parceria através da Agência de Fomento de Roraima - Aferr -, pretende investir em projetos agrícolas de grãos algo em torno de US$ 50 milhões, com o envolvimento dos agricultores interessados na expansão dos seus negócios nas áreas de lavrado, num trabalho conjunto que deu certo no cerrado mato-grossense e goiano a partir de 1978.
Os entendimentos da Campo com Roraima remontam a 1998 no governo Neudo Campos e foram agora retomados com o governador Ottomar Pinto, para quem investimentos no agronegócio em Roraima poderão representar a sustentabilidade da economia regional, hoje refletida na produção de arroz irrigado e num ainda inexpressivo cultivo de soja e milho. Um dos dirigentes da Campo, Shigeki Tsutsui, esteve semana passada reunido com o governador Ottomar Pinto, na presença de parlamentares que integram a bancada de Roraima no Congresso Nacional. "Foi um encontro positivo, porque podemos conheceras intenções da Campo em investir na região", avaliou o encontro o governador de Roraima, após o encontro com o dirigente da Campo.
Antes de falar com Ottomar, Tsutsui ouviu da deputada Suely Campos (PP) o lamento de que questões políticas atrapalharam a transferência das terras da União para o estado. "Isso (investimento da Campo) jápoderia ter ocorrido há pelo menos cinco anos. Só nãoa contecem por entraves políticos que falaram mais alto que os interesses de desenvolvimento do estado", comentou Suely se referindo a oposição feita junto ao governo federal para que as terras da União fossem repassadas para o estado.
A Campo é uma empresa com quase trinta anos de existência, e experiência acumulada no agronegócio, que já permitiu a produção em larga escala de grãos, principalmente de soja e milho. Os investimentos da Campo na agricultura brasileira remontam dessa época, e têm possibilitado a criação de oportunidade de emprego e o aumento da exportação brasileiro em 16 dos 27 estados brasileiros. É portanto uma empresa com a visão do emprego do capital no campo, o que tornou o Brasil o segundo maior produtor de soja do mundial, só atrás dos Estados Unidos.
"Essa experiência da Campo pode nos ser muito útil, e uma forma de incrementarmos uma agricultura de negócios em Roraima", é assim que o deputado Chico Rodrigues (PFL-RR) vê o interesse da Campo em se estabelecer em Roraima para a exploração do lavrado roraimense. Os investimentos de US$ 50 milhões, na opinião de Almir Sá, deputado federal por Roraima, "serão fundamentais para criarmos em Roraima uma agricultura forte, com produtos que os mercados mundiais necessitam hoje, a soja e o milho".
A proposta dos dirigentes da Campo ao governo de Roraima, agora, não muito diferente da que foi apresentada em 1998. Haverá uma sociedade de capital, com a empresa entrando com 75 por cento dos investimentos, ficando os outros 25 por cento para o governo do Estado, que poderá ser representado pela Aferr.
Os primeiros passos da Campo no Brasil foi através do Proceder - Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento do Cerrado., que hoje representa em termos de cultivo cerca de 200 milhões de hectares, representando 24 por cento do território brasileiro e, também, uma extensão seis vezes maior que o território do Japão.
Os 22 anos ininterruptos de atividades relacionadas ao Proceder fizeram com que a Campo acumulasse experiências e tecnologias agrícolas relacionadas ao desenvolvimento agrícola dos cerrados e ao meio-ambiente. Na área de desenvolvimento agrícola dos cerrados, a Campo Consultoria detém, hoje, alta tecnologia reconhecida nacionalmente e participa ativamente dos projetos de desenvolvimento agrícola dos estados. "É nesse momento, a participação da empresa nos projetos agrícolas estaduais que a Campo poderá ajudar a desenvolver o meio rural de Roraima, com tecnologia altamente avançada", observa o deputado Almir Sá. O reconhecimento do domínio de alta tecnologia nesse campo de atuação tem extrapolado, inclusive, as fronteiras brasileiras, tendo recebido convites dos países vizinhos da América do Sul, e atuado, ao lado da empreiteira Odebrecht, durante cinco anos, em Guayaqui, no Equador.
A Campo tem ainda na estrutura de holding a Orgnização e Recursos Humanos, a Biotecnologia Vegetal e a Fertilidade do Solo e Nutrição Vegetal Ltda. Há cinco anos, a Campo tem mantido contatos e negociações com mais de dez Estados brasileiros que demonstraram interesse na parceria do agronegócio, entre eles Roraima. Antes, a Campo já havia firmado com o Estado de Roraima a Carta de Intenção, pois foi a região que melhor ofereceu condições e viabilidades econômicas para a implementação do projeto agrícola de larga escala.