- 12 de novembro de 2024
Antonio Maria Filho
Enviado especial
PORTO ALEGRE. Espetáculo garantido e passaporte praticamente carimbado para a Copa do Mundo. Embalado pelas ótimas atuações de Ronaldinho Gaúcho, Robinho, Kaká, Zé Roberto e Roberto Carlos, o Brasil fez a festa da torcida gaúcha no Estádio Beira-Rio e goleou o Paraguai por 4 a 1, ontem à tarde, em Porto Alegre, pelas eliminatórias sul-americanas. De acordo com o matemático Tristão Garcia, os pentacampeões, agora com 27 pontos, têm hoje 99% de chances de ir ao Mundial da Alemanha, ano que vem.
Na próxima quarta-feira, a seleção de Carlos Alberto Parreira enfrenta a líder Argentina, que soma 28, no Monumental de Núñez. Quem vencer estará matematicamente garantido na Copa com três rodadas de antecedência.
- O Brasil já está na Copa. Só falta a certeza matemática, já que há três seleções com 17 pontos (Colômbia, Uruguai e Chile), que podem chegar a 30. Não está descartada sequer a possibilidade de garantir a vaga na Copa com 27 pontos - afirmou Garcia.
Quarteto da seleção envolve Paraguai no início
Em Buenos Aires, o Brasil terá a volta de Cafu no lugar de Belletti e Juan substituirá Lúcio, expulso ontem.
Após uma longa queima de fogos, o jogo começou com o Paraguai fechado, investindo nas bolas altas. Mas não foi páreo para o talento e a velocidade do quarteto Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Robinho. A cada drible ou jogada de efeito, a torcida no Beira-Rio delirava.
Apesar das boas chances com Robinho, Kaká, Adriano e Roberto Carlos, o gol só saiu quando o time deixou de insistir apenas pelo meio ou pela direita. Na primeira subida à linha de fundo, pela esquerda, Roberto Carlos cruzou e Caniza cortou com o braço. Ronaldinho Gaúcho cobrou aos 32 e abriu o placar.
No primeiro contra-ataque após o gol, aos 40, Robinho pedalou para cima da defesa paraguaia e foi atingido no joelho esquerdo por Da Silva. Pênalti que Ronaldinho Gaúcho cobrou novamente, marcando o segundo gol do Brasil. Os gritos de: "Ah, eu sou gaúcho" ecoaram no estádio.
- Tem um gosto especial dar alegria ao meu povo aqui em Porto Alegre - afirmou Ronaldinho, no intervalo.
No segundo tempo, o Brasil manteve o bom futebol e logo aos dois minutos Zé Roberto acertou o travessão. A resposta veio numa cobrança de córner, dois minutos depois. A zaga não cortou, Paredes emendou com perigo.
Dominando a partida e jogando em ritmo de treino, o Brasil dava espetáculo mas chegava pouco ao gol paraguaio. Só aos 19 a seleção voltou a incomodar, numa bola rolada por Roberto Carlos para Robinho completar. O Brasil ainda teve uma ajuda da arbitragem, que não marcou pênalti de Roque Júnior em Manzur. Aos 26, enfim a seleção chegou ao terceiro. Zé Roberto recebeu na entrada da área e chutou com extrema categoria, no canto direito de Villar.
Dois minutos depois, a insistência paraguaia nas bolas altas foi recompensada. Após cruzamento da direita, Roque Santa Cruz subiu com Lúcio e diminuiu de cabeça: 3 a 1.
Robinho deixa sua marca antes de ser substituído
Parreira lançou Gilberto Silva e Ricardo Oliveira nos lugares de Emerson e Adriano, mas foi o Paraguai que continuou rondando a área. Lúcio, que já tinha cartão amarelo, deu um carrinho em Paredes e foi expulso. Quando Parreira se preparava para lançar Juan, Robinho balançou as redes em seu último lance em campo, aos 37. Ele recebeu excelente passe de Kaká e tocou para as redes, por entre as pernas de Villar, fechando o placar: 4 a 1. Irreverente, fingiu engraxar as chuteiras de Kaká na comemoração. O Brasil ainda teve outra ótima chance no fim, com Ricardo Oliveira, mas a festa já estava garantida, com direito a espetáculo pirotécnico no apito final.
Brasil: Dida, Belletti, Lúcio, Roque Júnior e Roberto Carlos; Emerson (Gilberto Silva), Zé Roberto, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Robinho (Juan) e Adriano (Ricardo Oliveira).
Paraguai: Villar, Caniza, Manzur, Gamarra e Da Silva; Bonet (Barreto), Ortiz, Paredes e Torres; Cabañas (Cuevas) e Roque Santa Cruz. Juiz: Martín Vasquez (Uruguai).
Cartões amarelos: Paredes, Manzur, Roque Júnior, Lúcio e Belletti.
Cartão vermelho: Lúcio.