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NaCl + C17H12O4N(*) - Crônica do Aroldo

Leão X, o papa à época, usava e abusava da venda de indulgências: por alguns trocados conseguia-se caminho livre para o paraíso; com um pouco mais , conseguia-se até acomodações cinco-estrelas no Reino dos Céus.


Na idade média, a Europa era claramente teocrática; cobrando caro pela ingerência, Roma  dava as cartas e criava as regras. Bispos, cardeais e papas eram procedentes da nobreza; assim, clero e reinados misturavam-se num verdadeiro jogo de interesses e promiscuidade moral-econômico-financeira. Hoje, com propriedade,  fala-se sobre o  holocausto, mas a igreja católica, guardadas as proporções, não foi menos impiedosa com os que não rezavam pelos seus catecismos; a inquisição e as cruzadas estão aí para confirmar.

Martinho Lutero (1483-1546) quando de sua primeira viagem a Roma conheceu a podridão praticada pelos representantes de Cristo e revoltou-se. Leão X, o papa à época, usava e abusava da venda de indulgências: por alguns trocados conseguia-se  caminho livre para o paraíso; com um pouco mais , conseguia-se até acomodações cinco-estrelas no Reino dos Céus. Revoltado, o sacerdote  rompeu com o Clero e, daí,  foi lançada a pedra fundamental do protestantismo.

O tempo passou e centenas de igrejas evangélicas inescrupulosas surgiram ao redor do mundo; tem para todos os gostos e necessidades. Os pastores, para arrebanhar mais ovelhas - e, naturalmente, tirar mais dinheiro dos pobres coitados -, usam dos mais variados artifícios e engodos: praticam exorcismos, prometem sucesso no amor, sucesso econômico-financeiro, cura de todos os males, bem estar em família,  etc; tudo à base de fogueiras santas, óleos abençoados, areia da terra santa, lascas da cruz de Jesus Cristo, sal do mar Morto, água do rio Jordão, lascas de pedras do monte Sinai, azeitonas do monte Das Oliveiras... Até cocô do camelo de Baltazar é oferecido pelos aproveitadores como patuá milagreiro.

               

Dia 05 de maio de 2005, um jornal estampou "FIÉIS RECEBERAM SAL EM IGREJA COM VESTÍGIO DE PÓ DE COCAÍNA". Lá na seção "Polícia" está a notícia de que uma patrulha, ao interpelar (leia-se: baculejar) um jovem crente, encontrou entre as páginas da  Bíblia um envelope com sal que apresentava vestígios de cocaína. A mãe do rapaz e mais dois parentes apareceram no Plantão Policial com embalagens idênticas e afirmaram tê-las  recebido na igreja com mais algumas centenas de pessoas.  Ficam as perguntas: Havia sal na cocaína ou cocaína no sal? Na hora de envelopar o cloreto de sódio o pastor, casualmente, deixou cair um pouco do alcalóide? (Ou um pouco de cloreto de sódio no alcalóide?)  Será que a distribuição da coca não é uma maneira de viciar os crentes no culto? Será que com a mistura de sal e cocaína os pastores estão prometendo que suas ovelhas vão ver Jesus e, com um pouco mais, quem sabe, até ouvir anjos tocando flauta?

CUIDADO, IRMÃOS!  COMO  DIRIA MINHA AVÓ: ESSE PODE SER O FIM DOS TEMPOS!

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(*)NaCl = SAL;  C17H12O4N  =  COCAÍNA

 

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