- 12 de novembro de 2024
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, defendeu ontem a discriminação da maconha e afirmou que deixou de fumar a droga há 12 anos. "Não fumo mais. Deixei quando fiz 50 anos", afirmou Gil durante sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo.
"Sou a favor da legalização e todo mundo sabe disso. A favor de transferir o problema, que hoje é policial, para o plano da saúde. Não fumo e não quero saber de droga. Não se trata disso", disse. Ele afirmou que as drogas deveriam ter tratamento mais próximo, em termos comportamentais e de medidas públicas, que os cigarros e a bebida.
Tráfico
"Por que tem de ser proibido? Para se ter tráfico, traficante e toda uma cadeia que existe só para manter o que é ilegal? A gestão desse problema precisa ser de saúde pública, pois é mais tranqüila", disse. Para ele, a transferência do problema das drogas para a área da saúde traria uma maior "agregação da sociedade" em torno do problema e "salvaria vários talentos".
Gil também comentou as recentes manifestações de racismo contra jogadores de futebol no Brasil e no exterior. "Elas têm sido mais freqüentes e nascem de uma autorização que a sociedade vai tendo pelo pluralismo de idéias e crenças. Há de tudo e acho que o tratamento que se quer dar no Brasil com a lei, pela punição e criminalização, é o razoável e o adequado."
Em um dos pontos que mais geraram polêmica entre o ministro e a platéia, Gil fez uma defesa categórica da política de cotas para negros em universidades. "Temos de ter políticas compensatórias para restaurar o equilíbrio. Nós, a sociedade, é que inventamos as diferenças (entre negros e brancos) e precisamos consertar isso."