- 12 de novembro de 2024
Por Marlen Lima A Codesaima corre o risco de ser extinta, assim como deseja o governo do estado. Depois de 25 anos criada a empresa que tinha como objetivo fomentar o desenvolvimento, através de ações direta junto ao empresariado de pequeno e médio porte encontra-se num estado lastimável. A empresa de economia mista está com déficit altíssimo, às contas não batem, e a suspeita de irregularidades são muitas, como a questão de ter sido usada no passado como caixa dois de campanhas eleitorais. Com tudo isso, tendo um rombo de mais de 100 milhões de reais, os deputados estaduais analisam se a estatal deve ou não ser liquidada. Num levantamento extra-oficial junto aos deputados estaduais está praticamente acertado que a Codesaima deverá ser liquidada. Ainda que alguns poucos deputados defendam sua existência, o que se tenta no momento é um estudo mais amplo antes de tomar uma decisão definitiva. Nesse processo de possível liquidação da Codesaima, segundo os próprios parlamentares, o governo estadual está numa situação delicadíssima já que não existe dinheiro nem para manter a empresa, e muito menos para pagar as rescisões trabalhistas. A líder do governo na ALE, deputada Marília Pinto, revela que a situação do Estado piora quando se vê pressionado pelo Ministério Público, quando este exige a contratação imediata das pessoas que passaram no concurso público e já deviam ter assumido seus cargos na empresa. Segundo Marília não existem condições para que a Codesaima continue existindo, devido aos rombos financeiros nesses anos todos de existência da estatal, em especial dos últimos 10 anos para cá. Ela afirma que não existem chances do Governo absorver os concursados, "o Governo não tem condições de absorvê-los e nem de manter o atual quadro funcional". ESGOTAR POSSIBILIDADES Almir Sá e Luciano Castro revelaram que não podiam exprimir alguma opinião por não estarem bem informados do que de real acontece na Codesaima. Chico Rodrigues disse que todas as possibilidades devem se esgotadas antes de se tomar uma decisão radical como a de extinguir uma empresa, ainda mais do porte da Codesaima. Segundo o deputado é preciso que o Ministério Público reveja sua posição de pressionar o governo estadual. Ele alega que a situação dos servidores é delicada e serão os mais prejudicados com liquidação da estatal, "pois temos funcionários que trabalham há ais de 20 anos, e são essas pessoas que nos preocupam como ficarão". Para Rodrigues uma saída para salvar a Codesaima seria a tentativa de fatiar a empresa, vendendo os setores que podem ainda produzir, como o Mafir, a Usina de leite, entre outros, "onde esses setores poderiam ser absorvidos ou pelos próprios funcionários, através e cooperativas ou ainda por empresas privadas". O senador Augusto Botelho revelou que se o executivo estadual já se pronunciou pela liquidação da Codesaima, "quer ver o governador Ottomar Pinto não encontrou outra saída, sendo melhor liquidar a empresa. Esta que ele mesmo criou. Ou seja, ele criou um filho e agora ele mata um filho, ainda que não queira". PERDA PARA O EMPRESARIADO - Pastor Frankemberg destaca ainda que tudo isso só está ocorrendo por conta de erros nas administrações passadas, "pois muitos órgãos foram usados com o intuito paternalista, e sendo assim não atendendo ao objetivo principal que é o de fomentar. Esse sistema paternalista gera um aumento momentâneo, mas na verdade o que acontece uma regressão no desenvolvimento do Estado". Do trabalho que está sendo feito pela Assembléia Legislativa, Pastor Frankemberg revela preocupação que por conta de uma possível liquidação da Codesaima isso gerará mais desemprego no Estado. Segundo ele, é preciso, "que os deputados tenham tranqüilidade para analisar os prós e contras desse processo". Outro destacado pelo deputado federal é que o Ministério Público deveria agir de forma mais coerente, "já que essa decisão de exigir uma posição imediata do atual governo acaba por contribuir negativamente".