- 12 de novembro de 2024
Por Márcio Accioly
A instalação da CPI dos Correios serve também para rasgar a máscara de alguns picaretas que habitam a cena política nacional, embora muitos devam sair incólumes e ganhar prestígio indevido no episódio. O desgoverno federal do PT parece que não conseguirá manobrar como pretendia, impondo relator e presidente, depois de execrável comportamento no esforço para impedir investigações.
O atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), apesar de não ser flor que se cheire, não demonstra querer desempenhar papel vergonhoso cumprido pelo senador José Sarney (PMDB-AP), no episódio da instalação da CPI dos Bingos. Esta acabou não saindo, mas o assunto se encontra no STF e ainda irá render pano para as mangas,
Quem mais deseja faturar eleitoralmente com a CPI dos Correios é o fracassado, mas muito vivo senador Cristóvam Buarque (PT-DF). Ex-governador do Distrito Federal (1995-99), sua excelência perdeu a tentativa de reeleição para Joaquim Roriz (PMDB), disputando mandato senatorial vitorioso em 2002. É uma figura ridícula, sem crédito e ultrapassada, mas que gosta de posar de "conselheiro".
Buarque sempre se elegeu com o apoio de setores de esquerda, embora sua atuação se afine por debaixo do pano com aquilo que mais se encontre de lamentável e detestável nos setores de direita. Defensor intransigente da gestão FHC (1995-2003), é amigo incondicional do especulador internacional Georges Soros (que sofre acusações, inclusive, de tráfico de drogas), cujo livro prefaciou.
Não bastassem tais elementos desabonadores, Cristóvam Buarque é conhecido também por causa da incrível facilidade com que desliza em inverdades relacionadas a diplomas que afirma possuir. Ele se diz detentor de doutorado que teria sido conquistado na Sorbonne francesa, além de láurea semelhante, sabe-se lá em quê, conferida pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Como é muito mais fácil pegar um mentiroso do que um coxo, os títulos de sua excelência se diluíram em pesquisa efetuada por um de seus muitos adversários, cujo resultado foi depositado nas mãos do ex-reitor da Universidade de Brasília (UNB), professor José Carlos Azevedo. Que o desmascarou publicamente, sem sofrer qualquer contestação.
Não se trata de afirmar que o fato de não se ter título de doutorado seja demérito a quem quer que seja. Muita gente que não o possui alcançou destaque nas suas atividades. O problema é uma figura pública comparecer no maior descaramento, proclamando diante do distinto público que detém o que não pode provar, assumindo papel de charlatão. Cristóvam Buarque nada mais é do que um charlatão.
Enveredando por essa linha de comportamento criminoso, própria dos falsários, sua excelência subiu à tribuna do Senado e desancou o ministro-chefe da Casa Civil, Zé Dirceu, culpando-o pelos males que assola a completamente desmoraliza falta de administração federal. Como se fosse um santo!
E ainda diz que as investigações devem ser aprofundadas, muito embora não tenha assinado a CPI dos Correios, batendo uma no cravo e outra na ferradura. Nesse acúmulo de erros, inverdades e hipocrisia fermentam todos os elementos necessários ao desmonte generalizado. Os bandidos encastelados nos mandatos e delicadas funções públicas estão levando o país ao descalabro. E sempre têm argumentos para suas perfídias.
Com relação ao senador Renan Calheiros, deve-se ressaltar que sua posição vem sendo firme na condução do processo, o que o redime, em parte, do fato de ter sido da tropa de choque do ex-presidente Collor de Mello (1990-92). Comenta-se que Calheiros alimenta o sonho de candidatura presidencial. Está na hora de limpar a barra suja.
Mas é preciso que se fique atento aos desdobramentos do episódio, causado pelo PT, que se apresenta todo enrolado em falcatruas das mais graves e contundentes. O desgoverno petista mergulhou de vez em parafuso. Os que buscam desesperadamente se salvar, entram em acordos políticos e negociatas partidárias das mais diversas, vestindo pele de cordeiro como se não fossem os mesmo velhos conhecidos predadores viciados.
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