- 12 de novembro de 2024
Do site www.correioweb.com.br - Jornal Correio Brasiliense Flechas por todos os lados Da Redação Se vão ou não rolar cabeças, a decisão caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas a inédita iniciativa adotada segunda-feira pelo ministro de Comunicação e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken, de pedir publicamente a substituição de seu colega de ministério, Aldo Rebelo, da Coordenação Política, somada às investigações contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro da Previdência, Romero Jucá, deflagraram uma sucessão de pedidos de cabeça no primeiro escalão do Executivo. |
Discórdia no palácio Diante do estrago provocado, a declaração do ministro da Comunicação de Governo, Luiz Gushiken, pedindo a cabeça de seu colega da Coordenação Polícia, Aldo Rebelo, deixou de ser consenso mesmo dentro da própria alta cúpula do PT. O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, criticou ontem, em Belo Horizonte, de forma indireta, Gushiken pelo seu gesto. Dulci, que também faz parte do núcleo duro do governo, lembrou que o presidente não delegou a nenhum ministro a tarefa de avaliar o desempenho dos colegas. Dulci deixou claro que, do que ficou combinado entre a cúpula petista na reunião da sexta-feira da semana passada, Gushiken extrapolou. "Essa decisão (de substituir ministros) cabe, exclusivamente, ao presidente. Não aos ministros. A menos que o presidente delegue a algum ministro que trate dessa matéria. Coisa que ele não fez", afirmou. Para reforçar, o chefe da Secretaria Geral da Presidência da República afirmou que todos os integrantes do primeiro escalão são auxiliares do presidente. "Não cabe a nenhum ministro fazer avaliação sobre outros ministros. Cabe ao presidente da República avaliar", insistiu. "O que ele decidir, nós vamos, evidentemente, acatar. Isso é atribuição exclusiva do presidente da República e acho que não deve ser tratado por ninguém mais." O ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz, do PCdoB, também saiu ontem em defesa de Aldo, seu companheiro de partido. Segundo Agnelo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está respaldando Aldo. "Ele tem toda confiança do presidente e isso é o importante", afirmou. O ministro dos Esportes aproveitou a cerimônia de renovação dos contratos de patrocínio ao Comitê Paraolímpico Brasileiro e à Confederação Brasileira de Atletismo para enviar um duro recado a Gushiken: "O único que pode falar sobre isso é o presidente". Agnelo disse que Lula tem dado um "tratamento exemplar" à base aliada e que não é prerrogativa do PT demitir ministro. "Quem fala sobre colocar e tirar ministro é uma só pessoa: o presidente da República", reafirmou. Sobre os rumores da possível saída de Aldo, Agnelo respondeu que não vai se "guiar por opinião de terceiros". |