- 12 de novembro de 2024
Brasília - O inferno astral do governador Ottomar Pinto está na pauta do dia. A grande bandeira sua na briga jurídica que travou com o ex Flamarion Portela, que por isso perdeu o mandato no TSE, foi a questão da anistia dos mutuários da Codesaima. Essa anistia, irregular, ilegal e inconstitucional, foi um dos crimes eleitorais cometidos por Flamarion Portela e que serviu de mote para que os ministros do TSE cassassem o seu mandato.
Pois bem, agora, sabe-se de uma briga interna na Codesaima. O seu presidente, João Guerreiro, diz que a empresa precisa ser reformulada ou, em último caso, extinta tantos são os rolos cometidos no passado e que agora vêm à tona em prejuízo de uma boa gestão administrativa. No entanto, a diretora de habitação da empresa Otília Pinto - todos sabem quem é - diz que a Codesaima não pode ser simplesmente extinta, e muito menos acabar com a anistia concedida por Flamarion Portela aos seus mutuários. Com essa anistia o Estado aumentou o seu passivo com a Caixa Econômica Federal algo em torno de 63 milhões de reais.
Ottomar Pinto está entre a cruz e a espada. Não pode pagar essa dinheirama toda, de graça. Precisa arrumar dinheiro para fazê-lo. E como arranjar esse dinheiro? Só acabando com a anistia perniciosa. Mas, caro internauta, essa anistia não foi um crime eleitoral grave cometido pelo ex-governador? Não foi a bandeira levantada por Ottomar para provar nos tribunais que sua derrota eleitoral foi provocada por essa anistia?
E agora, governador, o que fazer? Se mantiver a anistia, o Estado terá que pagar a Caixa, e com que dinheiro? Se acabar com a anistia, esses mutuários, eleitores em potencial em 2006, poderão se constranger e... pimba, votarão contra Ottomar na sua reeleição. É uma situação muito paradoxal para o bom e velho brigadeiro. Ottomar costuma seguir o espírito da lei, da legalidade e da honestidade de seus atos, quer como homem comum, quer como governador. E vai fazer o quê?
Aos olhos de quem entende de direito, o brigadeiro tem que extinguir essa anistia imoral. Não pode compactuar com a bandalheira que lhe roubou num primeiro momento o mandato de governador em 2002. Mas e os mutuários-eleitores, como ficam? Particularmente não desejava estar hoje na pele do brigadeiro. Torcemos para que ele com sua vivência política e de bom administrador público, encontre uma saída honrosa para esse imbróglio.
Se errar na medida, o remédio poderá lhe ser falta política e eleitoralmente em 2006. O que não se pode duvidar é que Ottomar tenha a receita da legalidade, da coisa feita à luz da lei. Só isso.