- 12 de novembro de 2024
Matheus Machado
Paulo Mario Martins
Da equipe do Correio
Paulo de Araujo/CB/21.8.03 |
Fonteles, procurador-geral da República: decisão prevista para hoje |
Nota da prefeita A prefeita de Boa Vista, Teresa Jucá, mulher do ministro Romero Jucá, divulgou nota na qual declara que não foi notificada a respeito do bloqueio das contas e indisponibilidade dos bens, decretados pela 2ª Vara Cível (RR). Teresa é acusada de desviar R$ 4,9 milhões da verba de coleta de lixo. |
As outras encrencas Prefeitura de Boa Vista Funcionários contratados para prestar serviços à prefeitura de Boa Vista (RR), na gestão de Teresa Jucá, teriam sido usados como cabos eleitorais da campanha de seu marido para senador. A constatação foi resultado de uma investigação do Ministério Público de Roraima. A Cooperativa Roraimense de Serviços receberia por mês da prefeitura R$ 1,9 milhão para pagar funcionários terceirizados. Nos três meses antes da eleição de 2002, o valor subiu para R$ 2,7 milhões. Funcionários da cooperativa contaram ao MP que atuaram na campanha de Jucá. O ministro negou as supostas irregularidades. Receita Federal Auditoria da Receita Federal feita em 1995 mostra que Romero Jucá teria desviado recursos federais da ordem de R$ 1,45 milhão. O dinheiro havia sido liberado pelo governo federal para ser aplicado em programas de socorro a brasileiros pobres. Mas a verba teria sido usada no pagamento de despesas pessoais de Jucá e gastos eleitorais. O dinheiro, da Fundação Banco do Brasil e do extinto Ministério da Ação Social, foi repassado para Fundação de Promoção Social e Cultural do Estado de Roraima. A Receita suspeita de que a instituição era "braço eleitoral" do hoje ministro. Obras em Cantá A Polícia Federal investiga o envolvimento de Jucá em suposta cobrança de propina em projetos de obras em Cantá, município do entorno de Boa Vista, em Roraima. A apuração se baseia em relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre transferência de recursos federais e na transcrição de uma fita-cassete que traz uma conversa telefônica entre o prefeito de Cantá, Paulo de Souza Peixoto, e um empreiteiro. Na gravação, o prefeito reivindica R$ 25,2 mil - o equivalente a cerca de 10% dos R$ 257 mil repassados entre 1999 e 2000 pelo Ministério da Saúde para a construção de cinco poços artesianos. TV Caburaí Romero Jucá também é suspeito de ter desviado verbas públicas para a TV Caburaí, que retransmite a programação da Rede Bandeirantes em Boa Vista. Documentos da Receita Federal revelam a ligação de Jucá com o negócio. A gestão da TV está a cargo da Uyrapuru Comunicações, que pertence aos quatro filhos do ministro. A outorga da retransmissora aparece no Ministério das Comunicações em nome da Fundação Roraima, empresa filantrópica sem fins lucrativos. Porém, segundo a Receita, a emissora funciona como um lucrativo braço financeiro de Jucá. Foram detectados na Fundação Roraima desvios de R$ 1,45 milhão em verbas públicas. Há, na Previdência, débitos em atraso atribuídos à Fundação Roraima que somam R$ 159,4 mil. Contra a TV Caburaí há um débito previdenciário de R$ 31,8 mil. Medida Provisória Jucá inseriu emenda num projeto de conversão da medida provisória que autorizava o uso de terras suspeitas de serem griladas da União em processos de pagamento de débitos previdenciários. A MP tratava da criação da Secretaria da Receita Previdenciária e teve a emenda vetada por Lula. |