- 12 de novembro de 2024
Por Joel Maduro
Não é de hoje que assistimos ao bombardeio do governo federal contra a gente que mora em Roraima. As ações deste "governo" toma proporções cinematográficas a ponto de pôr em dúvida se somos cidadãos brasileiros ou bandidos travestidos de roraimenses. Nos diminuem a condição de nos sentirmos divorciados da lei e sem amparo algum diante de situações vexatórias e desumanas que vêem ocorrendo nos últimos dias.
Como se não bastasse o desaforo das exacerbadas demarcações de áreas "indígenas" eis que surgem os efeitos colaterais do desgoverno Lula por aqui. Na sexta-feira, 06 por volta das 20h, eu e mais três pessoas e um menor de idade fomos vítimas de tratamento desumano e questionável praticado por três agentes da Polícia Rodoviária Federal.
Estávamos parados na margem direita da Br-401 sentido Boa Vista/Normandia na altura do Km 60, quando fomos abordados por três policiais federais. Os mesmos não se identificaram e nem pediram para que nós nos identificássemos. Sem direito a perguntas e sem respostas, um dos policias pediu que eu (condutor do veículo) saísse do carro e em voz alta disse pra levantar os braços ( ou... mãos ao alto), virar-se de frente e de costas. Diante de três policias fortemente armados, quem se atreveria a não cumprir tal ordem.
Fomos sim tratados como marginais, traficantes ou uns peçonhentos fora-da-lei que não têm direito de parar as margens de uma rodovia federal pra simplesmente urinar. A atitude dos policiais foi tão degradante para minha pessoa e todas as outras que estavam comigo, pois debaixo de chuva este policial pediu tão somente os documentos do veículo e perguntou quando abria o porta-malas se eu estava conduzindo alho (traficando).
Veja só a que ponto chegamos. Além de usurparem nossas terras ainda somos traficantes de alho. Enquanto isso os outros ocupantes do veículo estavam fora do carro e debaixo de uma tremenda chuva e foram impedidos de entrar no veículo. Todos ficaram constrangidos e diminuídos nos seus direitos como cidadãos, além de coagidos e molhados sem direito de questionar o que estava acontecendo.
Até que ponto teremos que agüentar este tipo de comportamento que é reflexo de um desgoverno que não sabe a dimensão das atitudes que toma? Até que ponto vamos ser rotulados de ser a melhor coisa do Brasil e sermos tratados como bandidos, invasores etc? Aonde foi que nós éramos tanto? Que contas são essas que estamos pagando com nossas vidas. Porque tanto desrespeito com a gente?
Sabemos e isto é publico e notório, que as instituições federais e estaduais são falidas porque são pífios alguns gestores. Porque outros cumprem ordens de quem não está nem ai para o que vai acontecer. Sabemos também que os policias federais estavam exercendo sua função, mas que deveriam ter no mínimo o respeito ao ser humano. Sabemos também da máxima de que, quem acusa cabe o ônus da prova.
Acabamos assim por entender que nos foi tirado o direito de nos identificarmos, que não foi cumprido o dever dos policiais, por mais que estejam - fardados - e, em qualquer circunstância, identificarem-se. Nos sentimos constrangidos e humilhados, pois não fomos tratados com urbanidade como manda a lei.
Sei que na Policia Rodoviária Federal, existem bons policiais e servidores exemplares, mas quero fazer valer os nossos direitos enquanto cidadãos. De antemão pedi providências junto ao Ministério Público Federal para que seja apurada a conduta destes três policiais sendo assim resguardado os nossos direitos constitucionais e da própria instituição.
Basta! Não dá mais pra sermos tratados como vagabundos. Afinal de contas somos cidadãos ou bandidos? Bom dia!
*Assinam também este artigo: Jomar Maduro e seu filho menor de idade, Romildo Damasceno e Raildo Damasceno.
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