- 12 de novembro de 2024
Edersen Lima, Editor
Brasília - Trechos de várias ruas da periferia de Boa Vista amanheceram, sábado, 7, debaixo de água. Uma, com até meio metro de "profundidade". O fato, corriqueiro em época do inverno chuvoso - excluindo a TV Imperial - nem mereceu grandes destaques no resto da imprensa local no domingo. O assunto não foi tratado como prioridade.
Isso (alagações em vias como a Mário Homem de Melo, Princesa Isabel, Ene Garcez, Eduardo Gomes e outras) não era para acontecer. Ou se era, das duas, uma. Ou faz parte da cultura sócio-climática da cidade, ou é descaso administrativo. Computando que a atual prefeita, Teresa Jucá, já administrou a cidade em dois mandatos (1993-1997 e 2001-2005) e cinco meses, sou forçado a crer que o que acontece é descaso, mesmo.
Não sei quais foram os argumentos da Prefeitura para que ruas continuem tradicionalmente sendo alagadas, gerando transtornos, proliferando doenças e dando prejuízos depois de oito anos e cinco meses de governos. Dinheiro federal para crianças de dedos verdes, para velhinhos, para pagar consultorias de cunhados, para gastar em consultorias esotéricas, em festas e para comunicação social já foram gastos a rodo. Mas um problema básico, comum, continua a pontuar todos os anos como se não houvesse solução.
A Prefeitura se gaba de prêmios ganhos na área social. São prioridades. A do momento, é a que socializa adolescentes que tiveram passagens por galeras. Isso é desafiador, tanto que a própria Teresa, se não corresse e se trancasse em seu gabinete, teria passado maus bocados numa solenidade que reuniu membros ou ex-membros de gangs diferentes na PMBV, lembra?
Dinheiro veio e foi aplicado em Ayrton Senna, reforma da Praça das Águas, Mané Garrincha e mirantes mirabolantes. O carnaval passado foi uma grande festa de consumo administrativo. Só em água mineral, R$ 38 mil foram gastos. Que coisa!
Não penso que o investimento em meninos de dedos verdes, "anjinhos" de galera, em lazer e festa sejam um mau negócio para a Prefeitura. Mas tenho certeza que se investe pouco e mal em infraestrutura séria e necessária. E tenho ainda mais certeza que acabar com as alagações em Boa Vista não está entre as cinco prioridades de Teresa.