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"Não quero ser candidato", afirma FHC

Na avaliação dos políticos que ouviram o inflamado discurso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso contra o governo Lula, ele se colocou mais na condição de quem deseja ser o principal árbitro da escolha do candidato do PSDB em 2006 do que na posição de futuro postulante. Obviamente, FHC deixa aberta uma pequena brecha para ser candidato, mas, hoje, o ex-presidente está indeciso entre os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Aécio Neves (MG), com leve predileção pelo primeiro.


Folha de S. Paulo


Na avaliação dos políticos que ouviram o inflamado discurso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso contra o governo Lula, ele se colocou mais na condição de quem deseja ser o principal árbitro da escolha do candidato do PSDB em 2006 do que na posição de futuro postulante.
Obviamente, FHC deixa aberta uma pequena brecha para ser candidato, mas, hoje, o ex-presidente está indeciso entre os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Aécio Neves (MG), com leve predileção pelo primeiro.
"Não foi um discurso de quem quer ser candidato. Foi um discurso de quem lançou candidatos", disse o senador Tasso Jereissati (CE). Quais candidatos? Na opinião do tucano cearense, justamente Alckmin ou Aécio. "É o que anda circulando ultimamente no partido", disse Tasso.
Ao término da fala de FHC, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, virou-se para o ex-presidente e afirmou: "Parece um discurso de candidato. Depois, fica difícil desmentir".
Indagado sobre sua possível candidatura, FHC respondeu: "Eu não sou candidato. Poder, posso, mas eu não sou candidato. Não quero ser". E se o PSDB pedir? "Para que o partido vai pedir? Estou aqui com o Geraldo Alckmin ao meu lado, que é uma pessoa mais jovem, que tem energia, muito bom, competente. Tem outros que eu já mencionei, como o Aécio Neves", declarou. E o governo paulista seria uma opção? "Tampouco".
Entre os políticos de outros partidos que estiveram no ato tucano, o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), foi um dos que disseram que FHC não deverá concorrer em 2006. "Só ele tinha a autoridade e a credibilidade para polarizar neste momento com o governo. Qualquer outro ficaria exposto muito tempo antes. O discurso não pode ser interpretado como de candidato, mas de quem se apresenta como aglutinador de forças que estiveram juntas no passado e que podem se unir de novo", afirmou Agripino.
No evento, ficou claro também que há concordância na cúpula tucana quanto ao tempo de escolha do candidato: entre o final deste ano e o começo de 2006. FHC acha "novembro ou dezembro" o período mais adequado, "depois da eleição da direção do partido". O PSDB marcou sua convenção nacional para antes do final deste ano.
Serra defendeu que a escolha seja feita "até o final do ano", com "critérios" previamente estabelecidos. Arnaldo Madeira, atual secretário da Casa Civil de Alckmin e ex-líder do governo na Câmara, deu opinião semelhante.
Apesar de Alckmin ser hoje uma espécie de primeiro colocado na lista de presidenciáveis tucanos, pois não pode ser candidato à reeleição como Aécio, foram frequentes no PSDB, nas últimas semanas, conversas avaliando a possibilidade de José Serra deixar a Prefeitura de São Paulo no ano que vem para disputar o Planalto.
O prefeito, derrotado por Lula em 2002, é o tucano que aparece mais bem posicionado nas pesquisas para enfrentar Lula. FHC esfriou um pouco essa possibilidade. "O Serra seria excelente, mas está amarrado em São Paulo, infelizmente".
(KA E FR)

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