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Rolo das mudas tem coincidências com esquema de construção de aeroporto em terra de deputado

Em 2001, o deputado Chico Rodrigues apresentou proposta para construção do aeroporto de São Luiz do Anauá e liberou mais de mais de R$ 4 milhões para a obra, feita numa área sua que teve desapropriação paga com dinheiro público, e que foi construída também pela empresa do seu irmão, Emmanuel Silva, que responde processo na Justiça Federal por improbidade administrativa no projeto de plantio de mudas de café, também com verba liberada pública liberada por Chico Rodrigues.


Brasília - Embora já esteja nas mãos do juiz federal Hélder Girão Barreto a ação de improbidade administrativa contra o deputado Eliseu Alves e o sócio gerente da empresa Art-Tec - Tecnologia em Construção, Terraplanagem e Comércio Ltda., Emmanuel Andrade Silva, irmão do deputado Chico Rodrigues, além do ex-prefeito Geraldo Costa, ainda não tem prazo para ser julgada.

Pagamento de um milhão de reais sem que o serviço tenha ocorrido, contrato de empresa sem processo licitatório, e suspeita de direcionamento do contrato, haja vista que coincidentemente, o dinheiro desviado é oriundo de emenda parlamentar do deputado Chico Rodrigues e serviu para pagar pelas mudas de café do projeto de sua autoria e fornecidas pela empresa do seu irmão e filhos.


Numa auditoria em São Luiz do Anauá, feita pelo Tribunal de Contas da União foi detectado que o tal projeto de plantio de café "se revelou num completo fracasso, com irregularidades gritantes quanto à correta aplicação do dinheiro público e não tendo atingido a finalidade a que deveria se propor, que era o estímulo da agricultura familiar e a melhoria da qualidade de vida dos agricultores, causando apenas enriquecimento da empresa Art-Tec Construção, Terra planagem e Comércio Ltda, responsável pelo plantio".

O procurador da República Rômulo Conrado, disse que os dados reunidos pelo TCU apontam que a fraude no procedimento licitatório induz à suposição de que tenha ocorrido direcionamento para beneficiar a Art-Tec Ltda., empresa cujos sócios são parentes do deputado federal Francisco Rodrigues. "Uma série de indícios leva a crer que não foi realizada qualquer licitação para contratação de empresa que viesse a ser responsável pela implantação do projeto".


Outro detalhe analisado é que a Art-Tec Ltda. não tinha entre seus objetivos a plantação de mudas ou qualquer outra atividade relacionada à área agrícola, mas apenas atividades relacionadas à área de construção civil e similares.

Além das penas previstas em lei, o MPF requereu como medida cautelar, o seqüestro dos bens dos envolvidos. Se condenados, além de terem de devolver de forma integral e corrigida os valores desviados, os requeridos estarão sujeitos a suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, perda da função pública exercida, além de multa de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ficais ou de crédito, ainda que por intermédio de empresa da qual seja sócio pelo prazo de cinco anos.

REINCIDÊNCIA

O plantio de mudas de café foi um dos projetos defendidos arduamente pelo Chico Rodrigues, autor da emenda que destinou dinheiro para o pagamento da firma do irmão, se parece muito com outro projeto do deputado.

Em 2001, Chico apresentou proposta para construção do aeroporto de São Luiz do Anauá e obteve a liberação de mais de R$ 4 milhões para a obra. Coincidentemente, o local onde se localiza o aeroporto pertencia a uma fazenda do próprio Chico Rodrigues, que foi desapropriada "bem valorizada para um pedaço de terra do interior" segundo um corretor de imóveis.

As coincidências não param aí. A empresa que construiu o aeroporto é a mesma Art-Tec Ltda. Ou seja, por ironia do destino, Chico Rodrigues obtém recursos públicos, vende a área para a obra dos recursos obtidos e tem a empresa da família como a construtora da obra.

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