Uso mais uma vez esta tribuna para, em primeiro lugar, protestar de maneira veemente sobre matéria que li no jornal O Globo de ontem: PLANALTO MONTA ESTRATÉGIA PARA RETOMAR CÂMARA. Com a liberação de cerca de 150 milhões para pagar emendas parlamentares prometidas e ainda não quitadas, o Palácio do Planalto montou uma operação para fortalecer Líderes de partidos aliados e enfraquecer o comando do Presidente da Câmara Severino Cavalcanti.
Esta Casa tem sido achincalhada pelos meios de comunicação como fisiologista.
Acredito que, se realmente fatos dessa natureza acontecem, ocorre o inverso daquilo que se está apresentando. Na realidade não somos nós que fazemos fisiologismos.
É necessário que o Presidente da República, junto com seus Ministros, venham realmente liberar as emendas que são legais e a lei determina. E não fazê-lo por troca, por barganha. Espero que sejamos ouvidos e que o nosso Brasil possa ser coerente.
Outra reportagem, veiculada ontem no jornal O Globo, fala sobre A ameaça da heroína. Quadrilhas usam o Brasil como rota do tráfico. Já há dependentes de heroína no Rio de Janeiro. O que me chama a atenção, e quero também chamar a atenção dos nobres Parlamentares, é a questão dessa rota. Tenho alertado esta Casa, por diversas vezes - não sou contra a homologação de reservas indígenas - , sobre o riscoque estamos correndo ali naquela fronteira, no Brasil, em especial o Estado de Roraima.
Há uma pesquisa sobre a origem e a rota da cocaína. Os 2 principais Estados por onde está entrando a cocaína são Roraima e Amazonas, principalmente Roraima. Essa cocaína sai da Colômbia, entra pela Venezuela e adentra o nosso País pelo Estado de Roraima.
Estão também querendo extinguir o Município de Pacaraima, que faz fronteira com a Venezuela.
Agora, com a homologação das terras indígenas da região de Raposa Serra do Sol, a área de fronteira que envolve Guiana e Venezuela estará desguarnecida. Tenho chamado a atenção para isso.
Sou favorável às reservas indígenas. É um direito dos nossos irmãos índios. Mas, infelizmente, o Brasil tem errado quanto a isso, pois ao homologarmos determinadas reservas não pensamos no prejuízo que isso poderá ocorrer no futuro.
Alguns dos principais rios dessa fronteira - Cotingo e Itacotu - que fazem divisa com a Guiana, apresentam significativo volume de água, mesmo durante a época da seca.
Em outros pronunciamentos, referi-me ao problema do tráfico de drogas. A Guiana planta maconha nos quintais de suas casas, há maconha à vontade. Disse também que o Calha Norte foi criado justamente para vivificar e proteger a nossa fronteira.Espero que não venhamos a ter uma desgraça naquela região em decorrência de interesses escusos internacionais, sombrios, pois como é uma região de fronteira está sujeita a atividades ilegais como tráficos de gasolina, de narcotráfico - heroína, de maconha - de crianças e adolescentes que são exploradas sexualmente. Inclusive na CPI da violência sexual infantil, Roraima foi citada, pois havia uma via para esse tráfico. Por isso évital que as Forças Armadas, o Exército brasileiro, tenham ampla liberdade de atuação naquela região.
Se nós não tomarmos uma providência, Roraima vai ser realmente um portal não para o desenvolvimento, mas para muitas coisas ruins como as que temos visto na mídia internacional e nacional.
Infelizmente, às vezes, nós falamos, falamos, e não somos ouvidos. Eu acredito que a melhor maneira de chegarmos a um consenso é o diálogo, e a política se faz por meio do diálogo, de acordo, com o cumprimento deacordos, o que, infelizmente, não temos visto acontecer em nosso País.
Espero que daqui para frente sejamos conhecidos não pela rota do tráfico, mas pela via correta para, assim, chegarmos a soluções dignas de progresso, desenvolvimento e eqüidade no nosso País.