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O calote em nossas crenças

O presidente da República não demonstra nenhuma intenção em tirar o ministro que desde que assumiu a pasta da Previdência, só fez se defender de acusações pesadas. Então, vê-se que de nada valem documentos e certidões que apontam irregularidades. Quem acredita que Romero sofrerá alguma punição? Ainda faltam provas para condená-lo?


Edersen Lima, Editor

Brasília - É grave o grau de descrédito das instituições que prezam pela moralidade e justiça no país. Pouco se acredita que um poderoso empresário ou político influente paguem por crimes cometidos. Em escala bem menor, Roraima é espelho da crença de que o crime compensa. Gafanhotos, nepotismo, corrupção, conivência, peculato, calotes... tudo isso é a realidade mais clara e efervescente do estado.

Na semana passada, o principal jornal inglês, o Financial Times, estampou que a corrupção no Brasil era o mal endêmico (doença que existe em determinado lugar). E como exemplo, o Financial citou os rolos do ministro Romero Jucá, senador por Roraima. Questiona-se como o governo sério do PT, emprega um ministro recheado de acusações que vão desde calote em banco público a desvio de dinheiro para associações filantrópicas passando por denúncias de montagem de um canal de TV com equipamentos pertencentes ao governo do ex-Território.

O presidente da República não demonstra nenhuma intenção em tirar o ministro que desde que assumiu a pasta da Previdência, só fez se defender de acusações pesadas. Tão pesadas, que não dá para se imaginar um país desenvolvido tendo em seu ministério a dor de cabeça por um Romero Jucá.

Então, vê-se que de nada valem documentos e certidões que apontam irregularidades. Quem acredita que Romero sofrerá alguma punição? Ainda faltam provas para condená-lo?

Do mesmo modo e grau de descrença, assisti-se o maior calote eleitoral da história. O partido que tem no seu nome a classificação "dos Trabalhadores", reajusta o funcionalismo em 0,1% depois de seis anos; passa a cobrar contribuição de quem passou a vida inteira contribuindo; eleva taxas de juros; emprega apenas afiliados e num cinismo sem igual, só trama e articula para a reeleição do presidente.

Pensando bem, quem não acredita em ética, em moral e na justiça no trato da coisa pública não é você, amigo leitor, e nem este editor. Quem não acredita em justiça é justamente aquele que patrocina a corrupção, a conivência com crimes, o peculato e os calotes de nossas crenças.

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